Tudo bem que cada coisa tem sua natureza e não se mistura, em tese por exemplo, envolvendo Política e carnaval mas, com a inquietude nutrida desde a infância na Torre, ouso afirmar que a versão 2024 do bloco “Raparigas de Chico” no Bessa Grill, no sábado, construiu muito além da euforia legítima de gerações embriagadas de canções atemporais de Chico Buarque, também permitiu desfile de gente interessada na política da Capital.

Antes de tratar desta questão em si, se faz preciso reconhecer a sintonia filosófica e política diante da quantidade muito especial de gente das várias gerações, todas embaladas pelo Coral Voz Ativa, Titah Moura e Poliana Rezende – e todos sob a aprovação insuspeita de Ana Hollanda, irmã do genial Chico Buarque presente ao baile.

A FALA DE ANA E O DESAFIO

“Sinceramente estou deslumbrada e muito feliz de testemunhar tamanha beleza humana, de cumplicidade e encantamento por tudo o que o bloco demonstra na vivência e reconhecimento da obra de meu irmão, Chico Buarque”, me contou no “pé de ouvido” Ana Hollanda inteiramente emocionada.

Poucos viram, mas ela chegou a falar ao celular com Chico no trajeto do baile para o hotel, após o show e evento pré-carnavalesco dizendo a ele, muito atento, “da beleza extraordinária em nome de suas canções memoráveis”.

Aliás, Ana Hollanda também reúne credenciais artístico – culturais como cantora, compositora e ex-Ministra da Cultura, portanto, abriga valores inteiramente alinhados com a história do Bloco pessoense. Neste domingo mesmo ela convive com Olinda onde mora sua irmã.

Se tudo isso é verdade, agora o maior desafio do bloco é construir as condições para o Menestrel das Canções e Gerações da Resistência se fazer presente no Baile em 2025.

DE OLHO

Vamos combinar: o fato mais importante do Baile foi a consagração do Bloco cantando e encantando a todos sem exceção pela cumplicidade das “Raparigas e Raparigos de Chico” numa só celebração, mas deu para ver que tinha Gente da política circulando pra cima e pra baixo.

É evidente que o Pessoal do PT lá esteve presente, desde a militância, dirigentes e o vereador Marcos Henrique, mas deu para perceber também que Nonato Bandeira – o homem forte de João e do PSB marcou presença distinta. Só que por lá ainda foi visto pra cima e pra baixo o pré-candidato em João Pessoa, Ruy Carneiro, assegurando que vai anunciar novidades. Lá na Torre, Antonio Cândido ouvindo isso diria: “ essa alma quer reza”.

O fato é que o Baile como sempre democrático exibiu postura alinhada com a trajetória e significado de Chico Buarque, sem dúvidas nenhuma o Poeta Maioral das lutas femininas, masculinas e de brasilidade poética sem igual.

Toda a organização da festa está de parabéns e agora com o maior desafio, que é trazer Chico em 2025.

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