O TJ, a corrupção e Burity

O Tribunal de Justiça da Paraíba reuniu personalidades e pessoas da sociedade, ontem (segunda-feira), para comemorar 117 anos de existência daquele poder em meio a discursos e entregas de comendas a figuras próximas da cena jurídica.

Como cenário protocolar não houve nada de novo, exceto na reinserção do ex-governador Tarcisio Burity recebendo medalha ‘pos mortis” – negada em vida -, e o tom duro empregado pelo presidente do TJ, desembargador Antonio de Pádua Montenegro, rogando a combatividade dos magistrados para expurgar a corrupção da instância à qual hoje representa. Não há corrupção generalizada, mas volta e meia alguns membros da Corte são flagrados em delito.

O desembargador falou em tese, não nominou ninguém, mas se disse afetado com a constatação de envolvimento de magistrados em denúncias de corrupção nos últimos tempos.

“Precisamos extirpar de nosso meio esse mal danoso da corrupção”- repetiu algumas vezes em discurso, em alguns desses momentos exortando as novas gerações a impedir o recebimento de favores econômicos.

Antonio de Pádua Montenegro foi mais longe ao invocar a autonomia do Judiciário de forma absoluta sem permissão de envolvimento ou influência de setores externos ao meio, especialmente de natureza político – partidária.

De fato, não é fácil gerar a couraça que faça distante a presença mesmo que sutil do elemento político externo até porque a natureza humana de alguns membros da Corte não consegue desmembrar situações distintas que são julgar e fazer política.

Mas, como papel institucional, o desembargador fez a sua parte e bem, justiça seja feita.

Outro aspecto especial da solenidade foi o resgate ‘in memorian’ da comenda ofertada aos familiares do ex-governador Tarcisio Burity, representados na solenidade pela historiadora Glauce Navarro Burity (viúva) e o filho Leonardo.

Para quem não se recorda, nos anos 80 o Pleno chegou a discutir a entrega de uma medalha mas como à época houve um voto discordante, do então desembargador Coriolano Dias de Sá e a norma previa que, com contestação não se entregava a comenda, resultado, Burity amargou o vexame de em vida não receber a medalha.

Foram circunstâncias de época que levaram o desembargador Coriolano – e não o desembargador Genival Caju como presumia a família de Burity – à contestação que impediu a entrega da medalha.

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