Geral
“O que me importa”
07/06/2014
Foto: autor desconhecido.
José de Ribamar Cury Heluy é o autor da música “O que me importa”, regravado por Marisa Monte em 2001. Originalmente a canção foi lançada por Adriana Rosa dos Santos, em 1970. Na letra o “eu lírico” resolve por fim a um relacionamento desgastado, entende que de nada adianta a pessoa amada voltar agora fazendo juras de amor, quando no passado seu comportamento foi de absoluta desconsideração aos seus sentimentos.
“O que me importa seu carinho agora/Se é muito tarde pra amar você/O que me importa se você me adora/Se já não há razão pra lhe querer”. Decide não mais se impressionar com manifestações de carinho agora. Compreende que as atitudes de indiferença do passado fizeram minguar o amor que sentia antes. As declarações, de bem querer, soam falsas em razão do que aconteceu em tempos atrás. Não há mais sentido manter essa relação.
“O que me importa ver você sofrer assim/Se quando eu lhe quis você nem mesmo soube dar amor/O que me importa ver você chorando/Se tantas vezes eu chorei também”. O “eu lírico” mantém-se na decisão de não se deixar emocionar com demonstrações de sofrimento daquela por quem foi tão apaixonado. Afinal de contas era assim a sua postura quando a situação era inversa. As lágrimas de arrependimento, que agora ela derrama, não são diferentes das tantas vezes que ele chorou por causa desse amor.
“O que me importa sua voz chamando/Se pra você jamais eu fui alguém/O que me importa essa tristeza em seu olhar/Se o meu olhar tem mais tristezas pra chorar que o seu”. Os apelos chegam tardiamente, quando antes era só indiferença, frieza, desprezo, insensibilidade. A tristeza do olhar dela, atualmente, não é maior do que o desalento que expressavam seus olhos em tempos pretéritos.
“O que me importa ver você tão triste/Se triste fui e você nem ligou/O que me importa seu carinho agora/Se para mim a vida terminou”. Enfim, se hoje é ela que está abatida isso não tem a menor importância, porque dela nunca recebeu compreensão, apoio, carinho, quando a tristeza era de sua parte. O que aconteceu nesse envolvimento, até então não correspondido, fez desaparecer a sua própria razão de viver. Terminou! Nada mais importa na tentativa de uma reconciliação.
• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
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