Anselmo Castilho

Advogado e superint. da Funetec/PB.

Política

“Juntos”, estando misturado com o Povo!


02/06/2020

O Brasil, de Sábado para cá, em meio à pandemia causada pela Covid-19 e muito por conta dela e de como essa grave crise sanitária é enfrentada pelo governo central, se entrelaça em opiniões e no debate ganham os que defendem de forma incondicional a democracia; chegando-se ao assentamento de manifestos, reafirmando a importância de medidas de isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus, mas exaltando as liberdades individuais e advogando a importância da imprensa livre.

Aponta, o manifesto “Juntos”, para a formação de uma Frente Ampla. Inclusive, as personalidades que o subscrevem são oriundas dos mais diversos campos político. Lá, no manifesto que expressa o discurso da luta de momento, se permitiram estar na mesma trincheira os golpistas que participaram e incentivaram o impeachment de Dilma Roussef e os que a defenderam nas Ruas, no Congresso e nos Tribunais.

Ou seja, a Frente Ampla que se forma não tem perspectivas eleitorais. Começa ser perceptivo, portanto, que a vida não se esgota em eleições. A união em favor de um diálogo para combater o fascismo representado nas atitudes do clã Bolsonaro se faz necessidade histórica e urgente.

A voz uníssona passou a gritar em favor da democracia. A bandeira preceitua a luta em defesa da Constituição Cidadã. As várias frentes de defesas, por mais importante que sejam, são menores, neste momento histórico brasileiro, já que no Planalto prega-se, de forma explicita através de manifestações e de movimentos em apoio a manifestantes, o fechamento do Supremo Tribunal Federal – STF e a diminuição da importância das instituições democráticas deste país.

Portanto, o momento é de luta e enrijece-se juntando o bolsonarismo arrependido, perfilado-se todos em favor da democracia.

Estarmos “Juntos” é um momento tático contra o fascismo e em favor da democracia. Entretanto, a aliança político-social que governou o Brasil entre 2003 e 2016, interrompida por um golpe jurídico parlamentar midiático, foi derrotada nas urnas em 2018 por uma articulação jurídica/eleitoral, dando surgimento a uma nova aliança política a qual eclodiu um governo perverso e neoliberal. Isso não pode ser esquecido.

O governo do Brasil de hoje, que deixou uma Política Externa protagonista para ser subserviente a Política norte-americana, que ajuda a destruir o meio ambiente, que faz questão de diminuir os investimentos públicos na ciência e na pesquisa e que tem orgulho em demonstrar a falta de politica para a saúde, só nos traz vergonha e insegurança.

A Política econômica do governo, que deveria está a serviço da preservação de vidas, dando condições de que o povo permanecesse em casa, tem feito uma queda de braço com o congresso e dificultado a execução de políticas públicas em favor do auxilio emergencial.

Pois bem, o estarmos “Juntos” tem propósito, mas não há mistura, pois a defesa do trabalhador e de seus direitos voltará a ser bandeiras de alguns. Ai recai a diferença. Estarmos “Juntos” pontifica que todos rechaçam o governo Bolsonaro e a sua politica neofascista, mas logo mais alguns continuarão defendendo as Políticas Neoliberais da receita econômica do Sr. Paulo Guedes.

Os que se misturam continuarão gritando e empunhando a bandeira em favor do trabalhador e da trabalhadora deste país. O momento é de preservarmos vidas e defendermos a democracia “juntos”, estando misturado com o povo.

Anselmo Castilho
ADVOGADO
Junho/2020


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