Quem acompanha os bastidores da política a partir de Brasília tem convicção de que, estrategicamente, o Governo Bolsonaro resolveu querer transferir para os Estados a redução do preço dos combustíveis na velha tática de fazer benefício com chapéu alheio, já que a política neste segmento depende exclusivamente da Petrobrás.
Como se sabe, pelo papel estratégico da estatal de petróleo brasileiro a política de preço está alinhada e dependente dos efeitos externos advindo do valor internacional, portanto, esta condicionante é quem determina o valor dos combustíveis e não os estados brasileiros.
Só que ao insistir em transferir responsabilidades aos governos estaduais eis que Bolsonaro acabou unindo todos os estados para contrapropor a celeridade da Reforma Tributária sabendo-se de antemão que há resistência forte de São Paulo para a cobrança do imposto no destino final.
Eis mais uma dor-de-cabeça, ao mesmo tempo enfrentamento de interesses divergentes entre Bolsonaro e a maioria dos Estados.

