Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Comemorando o fim de uma guerra


27/07/2015

Foto: autor desconhecido.

Não consigo enxergar lógica que me convença da necessidade de uma guerra. É, sem dúvidas, a maior demonstração da estupidez humana. O império da força em toda a sua prepotência, querendo assumir superioridade de uns sobre os outros. A brutalidade sendo justificada pelo desejo insano de exercer domínio.

Inicio esse texto com essa opinião sobre a guerra para registrar a felicidade com que recebi, em janeiro de 1973, a notícia de que teria sido assinado em Paris um acordo de cessar fogo entre os Estados Unidos e o Vietnã. O mundo inteiro festejou o acontecimento. A paz estava selada.

Foram quase vinte anos de conflitos armados no Sudeste Asiático, onde foram assassinados mais de três milhões de vietnamitas e perderam a vida mais de cinqüenta mil soldados americanos, na sua grande maioria, jovens que foram empurrados para o campo de batalha para atender interesses políticos dos governantes. Em 1965 os combates se intensificaram com envio de mais de duzentos mil norte americanos para o Vietnã.

A partir de então se verificou uma forte campanha de oposição àquela guerra, com manifestações públicas em todos os locais do mundo reivindicando o fim do conflito. Os americanos não queriam admitir sua incapacidade bélica de vencer a guerra e resistiam à idéia de suspender o envio de tropas para a Ásia. Só, então, no início de 1973, se convenceram da idiotice que estavam protagonizando.

Em razão disso, pudemos começar o ano de 1973 em comemoração. A paz estava celebrada. Em algum momento os homens cansam de serem estúpidos e raciocinam com sensatez, compreendendo que, ao dizer de Benjamin Franklin, “Não existe guerra boa, nem paz ruim”.

¨* Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.

 


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