Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Chefiar não é sinônimo de liderar


23/06/2023

 

Nem todo chefe é um líder. Ambos se posicionam à frente de um grupo ou organização investidos de poder. Por isso suas ações exercem influências sobre o comportamento das pessoas que estão sob a condição de subordinação hierárquica.

Quando o chefe exerce sua autoridade impondo regras e normas de forma intimidatória, ele perde a qualidade de liderança. Ele é mais temido do que respeitado, porque não é afeito ao estabelecimento de um ambiente de diálogo entre ele e os que integram o grupo que está sob o seu comando. Não sabe ouvir, nem admite seus erros. Portanto, chefiar não é sinônimo de liderar.

Essa diferença se torna muito mais evidente quando se trata de indivíduos que se dedicam ao exercício das atividades políticas. O líder que atua nesse campo evita sempre produzir conflitos, buscando com habilidade encontrar soluções para os problemas que lhe são apresentados. É assim que ele adquire a confiança da sociedade. Num regime democrático, ele sabe que não pode confundir poder com autoridade.

O chefe autoritário tem dificuldades em se submeter aos limites do ordenamento institucional e ético. Enão, ele não lidera, governa com postura arbitrária. Daí, entendermos como impossível considerar um gestor que não promova relacionamentos construtivos, na condição de liderança.. Trabalha permanentemente no sentido de dividir, estimular desentendimentos, classificando seus governados como amigos ou inimigos conforme sejam ou não seguidores do seu pensamento político.

Na política o líder não alimenta ressentimentos, nem produz discursos de ódio. Trata a todos igualmente, sem distinção de qualquer ordem, respeitando as divergências. Enfrenta as adversidades e as pressões com equilíbrio, sem se exaltar ou partir para agressões. É flexível, jamais recusando se ajustar a novas situações. É emocionalmente uma pessoa contida, sem manifestações de incontinência verbal ou de falácias. O verdadeiro líder político é paciente, gentil, honesto e respeitoso.

É tempo de procurarmos refletir sobre essas considerações para que não cometamos erros na hora de escolher nossos líderes. Tendo a consciência de que as autoridades políticas devam ser exemplos para a comunidade em que atua. Sabendo avaliar os que se submetem às eleições, por suas apresentações comportamentais, orais e de experiência demonstrada. O bom líder tem a capacidade de unir mentes e corações. Diferentemente de outros que não têm liderados, têm seguidores conquistados pela imposição do medo, da força e do despertar paixões radicais.


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