Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Áudio revela outros interesses da Greve dos Professores


09/04/2015

Foto: autor desconhecido.

A rigor, antes de qualquer comentário, todos hão de concordar que a greve é o derradeiro instrumento utilizado pelas categorias, acima de interesses particulares se existentes, para vingar as reivindicações. A tese esposada nesta abertura de análise cai como uma luva para entendermos que, no caso da paralisação deflagrada e mantida no municipio de João Pessoa com esvaziamento, pode ser mesmo que outros valores e interesses andem em curso, além da questão salarial – pilar de tantas lutas

Na WEB, por exemplo, circula um áudio de professor grevista convocando seguidores de sua tese a se manifestarem junto à TV Cabo Branco, depois que reportagem da emissora foi exibida mostrando a retomada das aulas na rede municipal, mesmo com parte da categoria em greve, para dar a versão do que eles denominam o Comando de Greve , portanto precisa manter afastado do processo o Sindicato, legitimo representante.



Ora, se parte dos grevistas procura fazer vingar uma instância politica, mas não a mais legitima do que o Sindicato dos Professores, está evidente que o movimento está dividido por conta de outros interesses, e estes não refletem a prioridade da categoria.


Objetivemos: a convocação e representatividade feita pelo professor na WEB exclui o Sindicato porque certamente ele incorpora e defende a nova geração de docentes, recentemente nomeados, com interesse premente na eleição do próprio Sindicato, em eleição breve, dai a sustentação da radicalidade e da greve podendo servir como instrumento e estratégia de pré – campanha.


Ora, em sendo assim, os pontos fundamentais das reivindicações dos professores (reajuste, incorporação de triênio, ascensão imediata dos que têm pós, etc) passam a ser secundários porque, diante do fato comprovado, o grupo quer isolar a atual diretoria e "tomar" o Sindicato nas próximas eleições.


Em sintese, o áudio revela, enfim, que são outros os interesses do quem radicaliza para sustentar a greve, por motivos além dos salários.


RADICALIZAR NA NEGOCIAÇÃO


A manobra em curso já foi percebida por muitos professores, tanto que se mantêm na busca da melhoria salarial, entretanto, já estão voltando às atividades. Portanto, não querer radicalizar na negociação diante da decisão da Prefeitura de criar uma Comissão paritária para, de acordo com a Receita da PMJP escolanando os reajustes, é criar fosso politico que, como disse, não atende à prioridade da categoria.


Em sintese, nem o Sindicato pode ficar de fora do comando e legitimidade do processo reivindicatório, porque sem isso seria extingui-lo, nem o excesso de postura politica radical pode ser maior do que a construção da solução maior da classe.Aliás , até agora o Sindicato tem agido como quer a categoria.



Tudo o demais, sem estar na sintonia com a categoria, significa outro jogo, quem sabe transformando em fator contra a classe.
 

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