Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A Operaçao 274 e os desdobramentos


05/05/2007

Foto: autor desconhecido.

O sábado (day afther) da Operação 274 apresentou diversos fatos novos, como o prosseguimento da ação da PF no exame de documentos, a apresentação das defesas por partes dos acusados, a liberação de um deles e, vejam só, a manutenção do preço nos postos de gasolina – o tal preço que gerou uma pirotecnia desnecessária e infrutífera até agora no campo econômico posto o que apresentam as tabelas.

Se fosse apressado, indagaria: ‘ora, se a operação foi para baixar preço e implodir o cartel, por que ele se mantém majoritário nos postos com R$ 2,74? “. Certamente que, se consultasse qualquer mestre da UFPB e da UFPE, ouviria algo do tipo: “preço em economia capitalista não se regula com decreto nem policia”.

Antes que esqueçam: lembrem-se do Governo Sarney (ainda na antiga Sunab) mandando prender donos de supermercados porque o preço do feijão e do arroz não baixava. Deu no que deu, creio que quem quer e tem idade se lembra do que falo(escrevo) beirando ao fiasco.

Volto ao tema porque o assunto tomou conta da cidade, extrapolou muros, e produziu particularmente a paciência em conviver com agressores destemperados (oficias ou não) partindo para ameaças bobas, como a querer intimidar o Colunista – algo absolutamente improvável de acontecer.

Devo, por dever de principio, repetir aos bajuladores de plantão – convivas da “boquinha” oficial – que tenho respeito à altura da importância do Ministério Público e da Policia Federal, da mesma forma que comungo com idéias e normas que permitam a igualdade de condições de disputa e, sobretudo, o zelo para com o consumidor de forma geral, de rico a pobre – tanto faz.

Dito isto, contudo, não posso fazer o jogo fácil de achar que a PF e o MP são infensos à critica, não na missão de cada um, mas da forma como processam – não só agora – nivelando por baixo o tratamento dispensando à quem, por algum motivo, está citado em processos inconclusos.

Mesmo sem a condição de perito, muito menos de jurista como se faz existir em nosso solo pátrio, insisto em dizer que a sociedade ávida por punições diante de tantos descalabros, termina por intuir e conceber que todos as pessoas presas, algemadas, empurradas no camburão fazem parte do mal, por isso exigem que sejam expurgadas, mas essa postura draconiana assim é perigosa porque beira o sentimento fascista.

O raciocínio fácil da população diante da impunidade produzida por outros motivos e outras esferas, torna a PF e o MP como paladinos da Justiça sem que ninguém (pelo menos a maioria) admita questionar a forma, a rudeza e a inoportunidade do espetáculo quando tratam todos de uma forma bandida, quando nem sempre é assim.

O caso da Operação 274 repete essa incidência do exagero, tanto que alguns acusados já estão presos e – anotem para depois cobrar – certamente que a maioria, senão todos, vão ganhar liberdade porque mercado e economia não se tratam com policia, apenas. Possa ser que me engane, mas não é essa a realidade de casos anteriores.

É certo que o mote – ai sim posto em alta relevo em favor da sociedade, que é o combate ao cartel – abriga condições para o Ministério Público questionar, até entrar com ações na Justiça para reparações, mas daí transformar a realidade mercadológica em ato de bandido tem uma distancia enorme.

Pois bem, mesmo com a pirotecnia, a midia achando ótimo mostrar gente rica sendo pressa ( meu Deus, onde chegamos?), como se isso fosse resolver o problema dos combustíveis, que não vão conseguir dessa forma pirotécnica é a realidade que nos apresenta com poucos querendo refletir melhor sobre a questão.

Em síntese, vamos dar tempo ao tempo e, não vai demorar muito, voltaremos ao tema para insistir em dizer que empresário não pode ser tratado como bandido. Os que assim forem é outra história – cadeia e multa neles como a todos, a qualquer cidadão comum.

Ainda voltaremos ao tema.

Última

“A roda que pára em cima/
Pára embaixo…”


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