A comunidade artístico-cultural-popular de João Pessoa acordou nesta terça-feira com uma bomba sob sua cabeça diante de propositura do vereador Marcilio do HBE, do Podemos, propondo total interferência da Prefeitura na gestão do Via Folia – na parte final da Avenida Epitácio Pessoa, em Miramar, durante a festa.

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Chama a atenção que o referido vereador esteve na última reunião de Assembleia Geral da entidade, mesmo assim não deu um pio, não abriu diálogo com nenhum dos blocos, portanto, dias depois aparece com essa intervenção descabida e contra-producente no trato da busca de autossustentação do Folia de Rua.

O conhecido vereador repete os métodos da imposição sem diálogos daí a necessidade dos dirigentes e blocos da associação buscaram meios de ampliar o debate e construir alternativa mais lógica e à altura da importância do maior evento da cidade.

A rigor, o parlamentar repete integralmente o que fez o então prefeito Luciano Cartaxo tirando da Associação Folia de Rua a autonomia de gestão do espaço criando comitê de secretários sem a participação efetiva da entidade.

Confira o decreto de Cartaxo

É evidente que o uso do solo da cidade é da Prefeitura, mesmo assim há poucos quilômetros da Capital das Acácias, Recife promove o maior bloco de arrasto do mundo outorgando à organização do Galo da Madrugada a gestão dos espaços para sobrevivência e/ou autossustentação. É assim que se faz.

Trocando em miúdos, ao invés de bate-boca infrutífero a Associação Folia de Rua precisa constituir Movimento em defesa da autonomia em torno do saldo evento, colecionar argumentos convincentes e arregimentar apoios paralamentares, inclusive diálogo com a Base governista, para impedir esse retrocesso.

Vivemos uma fase em que imposições arbitrárias não funcionam mais como há bem pouco tempo se tinha no País, pois o diálogo e o reforço à autonomia da sociedade organizada precisam se sobrepor ao autoritarismo inconsequente.

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“A Folia não pertence a ninguém / está cada um na sua”