Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A força da Diferença


04/01/2008

Foto: autor desconhecido.

O show do cantor e compositor Chico César, ontem, na área externa do Piollin (ao lado da Bica – Parque Arruda Câmara) impressionou a todos pelo conjunto de valores presentes no mesmo espaço e lugar diante de gente ‘papo cabeça’.

Luxuosamente acompanhado pelo extraordinário desempenho do Quinteto Paraíba (senti a falta de Samuel), Chico César dialogou de forma maestrina com a platéia em vários momentos do show como a tornar sempre virtuoso o seu repertório, mesmo quando incursionando pelo brega, transformando-a a canção/delírio num contexto de alto valor, inteligente e chic, como diria João Aguiar, um dos mais importantes advogados do bairro da Torre de todos os tempos.

Do ponto-de-vista técnico, o ambiente disponível não foi o mais apropriado diante da chuva até provocando choques elétricos no próprio artista que, mesmo assim, não foi afetado pelo mau humor, ao contrário, quando viu que o público, fiel, não arredou um momento sequer em face da chuva.

Mas, abstraindo esse único elemento destoante, o show repôs Chico frente a frente com diversas gerações embevecidas pela estética cercada de inteligência fácil de assimilação, através de tantas canções (conhecidas ou não) apresentadas no palco improvisado.

Durante mais de 1 hora e meia de espetáculo, o artista provou mais uma vez do encanto recíproco com que é tratado na aldeia tabajara, desde seus primeiros passos no Piollin ( lá no outro lado, por trás do Convento de São Francisco) até chegar ao lado da Bica bebendo da competência poética de expressar sentimentos e protestos (vide ‘Odeio Rodeio) levando o público ao delírio.

Mais uma vez, Chico César se exibiu como único artista nacional, de origem paraibana, a fomentar com freqüência seu hábito de rever e apoiar outros artistas amigos, a exemplo de Escurinho, Milton Dornelas, Adeildo Vieira, Pedro Osmar, Paulo Ro, etc – condição essa que o faz único no dialogo entre o mundo do sucesso e o sucesso da preservação das amizades.

No mais, fica o exemplo extraordinário da Escola Piollin com direito à presença na noite catolaica de Luiz Carlos Vasconcelos, Soia e Bertrand Lira, Sevilho, etc, todos “sob a batuta”organizacional do Mestra Buda Lira, ator e produtor cultural de primeira linha, sempre a fomentar a qualidade no exercício da arte e da cultura no País.

Quem não foi, não sabe o quanto perdeu.


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