Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A estrela do “Belo” voltou a brilhar


10/11/2015

Foto: autor desconhecido.

  

Em que pese o sentimento de consternação vivido pelos paraibanos com a morte de um dos seus mais ilustres conterrâneos, o Ministro José Américo de Almeida, continuavam os comentários sobre a retumbante vitória do “Belo” sobre o tricampeão carioca, o Flamengo, em pleno Maracanã. Aquela primeira quinzena de março de 1980 se apresentava como gloriosa para as cores do futebol da Paraíba.

A expectativa passava a ser em relação ao jogo da quarta-feira, dia doze, quando enfrentaria o Internacional de Porto Alegre, tricampeão brasileiro. O governador Buriti já havia determinado que o expediente na repartições públicas seria reduzido em duas horas para que os servidores estaduais pudessem comparecer ao estádio Almeidão.

Ocorre que durante todo o dia choveu bastante em João Pessoa, como se a natureza estivesse chorando o falecimento do paraibano que acabávamos de sepultar no dia anterior. Isso provocou o adiamento do jogo, causando reclamações da equipe de gaucha que se negou inclusive a pagar a despesa de mais um dia de hospedagem em nossa Capital.

Não obstante as reclamações do time visitante, na quinta-feira a cidade mantinha-se empolgada com o jogo, na expectativa de que a estrela do nosso Botafogo voltasse a brilhar. E não deu outra. Perante um público de 37.465 pagantes, o “Belo” fez bonito e derrotou por dois a um o famoso Internacional de Porto Alegre. Foi o bastante para que a imprensa nacional apelidasse o Botafogo de “matador de tricampeões”, ganhando destaque em toda a imprensa esportiva do país.

O Almeidão foi palco de uma das mais belas festas futebolísticas de nossa história. Saimos do estádio cheios de orgulho do nosso time. Naquela noite muita gente que sequer observava o futebol paraibano passou a torcer pelo “Belo”, tornando-a a maior torcida de nosso Estado.

• Integra a série de textos “INVENTÁRIO DO TEMPO II”.


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