Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Brasil

A coragem de enfrentar as mazelas sociais no Brasil


07/07/2023

O Brasil historicamente convive com problemas sociais muito preocupantes: educação insuficiente, desemprego, violência e criminalidade, escassez de moradia, saúde precária, falta de saneamento, apesar de ser um país de muitas riquezas. Mas tem faltado vontade política para enfrentar essas mazelas. Práticas governamentais apoiadas em ideias neoliberais insistem em configurar as políticas sociais como ações assistencialistas. Quando aparece um governante com discursos em defesa dos direitos sociais e combate à pobreza, surgem os que o classificam como comunista.

O que temos visto nesses governos orientados pela extrema direita são ações governamentais muito mais direcionadas para o atendimento do capital do que para o público-alvo-prioritário, qual seja a população marginalizada socialmente. Predomina a mentalidade guiada pela intolerância, o obscurantismo, o fundamentalismo e a estreiteza de pensamento, desconsiderando as noções de coesão social e desenvolvimento em perspectiva crítica.

A exclusão social e a pobreza persistem revelando uma realidade perversa, ignorada pelos que não conseguem entender que têm a responsabilidade de buscar soluções para o seu enfrentamento. Os retrocessos em relação aos direitos sociais, conquistados ao tempo em que fomos governados por políticos chamados “progressistas”, vêm consolidando a erosão do Estado social, dando força a um movimento em torno do conservadorismo.

Ainda bem que, no tempo presente, temos um governo que vem demonstrando vontade política de construir um projeto societário que proporcione a satisfação plena das necessidades básicas e de cidadania da população excluida socialmente, com a compreensão consciente sobre para quem e para o que a política deve atuar. Os direitos fundamentais sociais sendo utilizados solidariamente por serem revestidos de deveres de solidariedade.

A implementação de programas de inclusão social se constitui alternativa consistente para alcançar padrões de integração, garantindo maior coesão em sociedades desiguais. Isso se contrapõe ao pensamento neoliberal que tem concepções e práticas clientelistas e patrimonialistas. Espero que tenhamos, afinal, nos livrado de governos que priorizam os interesses privados, do mercado e das elites.


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