Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A aposta de Manoel Júnior e os efeitos no futuro


03/05/2015

Foto: autor desconhecido.

{arquivo}Quem acompanha o mandato do deputado federal Manoel Júnior se depara com um parlamentar de resultados, sempre envolvido nos debates da Casa (Câmara Federal), da mesma forma com as questões da Paraiba, em particular de João Pessoa, entretanto, nos últimos tempos tem se costituido num defensor – mor do presidente Eduardo Cunha, cuja realidade ainda pode lhe trazer fortes desdobramentos.

Se reparar direito, este posicionamento de Manoel Júnior tem registro de uns tempos para cá, quando resolveu adotar o parlamentar carioca como seu Guru e líder político. Na disputa para a Câmara foi um dos da linha de frente.

Conviver e expandir relações é natural e faz parte da natureza humana, entretanto, os benefícios que o deputado paraibano tem conquistado com a convivência com Eduardo Cunha parece ter lhe cegado em questões de fundo e de essência parlamentar.

Para se ter uma idéia, Manoel Júnior joga todas as suas fichas na hipótese de Eduardo Cunha vir a ser candidato a presidente da República, aliás já acha que ele está crescendo, como nos disse neste domingo, após edição do Jornal O Globo, nutrindo esta condição a irradiar e envolver outros deputados paraibanos.

Na prática, o combativo parlamentar de Pedras de Fogo não consegue enxergar outros efeitos, que pode sobrar para ele nos debates de futuro a partir da disputa de João Pessoa – isto é, se o senador José Maranhão permitir, já que trabalha uma aliança com Ricardo Coutinho – porque a agenda e o perfil de Eduardo Cunha por ser extremamente conservador e estar na contramão dos movimentos sociais, todo este cenário deve respingar na trajetória de Manoel Junior, embora ele dê pouca importância ao voto de opinião.

Seguramente, depois da Redemocratização do Brasil a partir de 1986, Eduardo Cunha é seguramente o mais radical e conservador dirigente da Casa à Direita enfrentando todos os segmentos sociais, exceto evangélicos, grandes empresários e setores contra minorias.

Embora esteja pouco preocupado, mas um dia ele precisa refletir, não só esta pauta e agenda conservadora, retrógrada, como se dá na questão da Terceirização ameaçando conquistas históricas dos trabalhadores de uma forma geral, da mesma forma que as matérias de fundo como a redução da maioridade penal, além dos projetos sobre conquistas de minorias que podem ser solapadas, etc. Tudo isto leva Manoel Junior para a construção de um perfil também se aproximando do conservadorismo.

Está certo que tudo é uma questão de debate e reflexão democrática sobre atuação política, entretanto, se não se advertir a tempo ele pode estar desfazendo o perfil ascendente de uma atuação renovada popularmente mas que, com esse novo manequim, pode enfrentar a desconstrução nos votos de opinião como nunca imagina.

É aquela velha história, muito conhecida dos meninos letrados do bairro da Torre, agora ele tem forte estrutura no inverso de antes, mas corre riscos de perder o discurso de diálogo com diferentes bases sociais e ideológicas que tinha. Só que ele é crescido e sabe o que está fazendo.

Ele precisa refletir e se advertir.

 


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