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Cafuçu promete arrastar 50 mil pessoas no penúltimo dia do Folia de Rua

É hoje!


13/02/2015



Encarnando o autêntico espírito brega, que é a marca do bloco há 25 anos, o Cafuçu desfila no Centro Histórico nesta sexta-feira (13), penúltimo dia da prévia Folia de Rua. A concentração está prevista para às 19h, na Praça Dom Adauto (do Bispo), com animação das bandas Brega é Você, DJs Naza e 10zanu, além de cinco orquestras de frevo.

Mais dois locais, o Ponto de Cem Réis e a Praça Rio Branco, servirão de pólos, que juntos, segundo Buda Lira, diretor da agremiação, prometem arrastar 50 mil foliões que esbanjarão extravagância e estilo refinado. “Música eletrônica, marchinhas, frevos e o cancioneiro popular romântico não podem faltar”, cita. Sobre os ícones bregas que os foliões elegem a cada ano para compor fantasia e acessórios, Buda disse que a escolha “parte do universo de possibilidades cafuçus que estão à volta”: “O público é quem elege seus próprios ícones bregas, um processo que é natural, não é impositivo nosso”.

Rainha Cafuçu – De maiô collant azul e peruca loira, tal qual o figurino da Copa, Maria do Socorro Mendes, a Corrinha, rainha “ó-concu” do bloco, dá detalhes sobre a sua aguardada fantasia: “Vou de Corrinha Leitte, a versão Cafuçu da Claudinha”, diz, antes de cair em sonora gargalhada, e justifica: “Eu até queria sair de Regina Casé, mas a Claudinha encarna o espírito do bloco, porque quer ser chique e descamba numas atitudes bem cafuçus”, comenta.

Corrinha se compromete 100% na composição do “visu” e só se lamenta quando os amigos se lembram dela na hora de presenteá-la com souvenirs bregas que coletam nas viagens. Um dos itens, que ela chama de “pau da selficie”, com um modelo de celular Nokia 6120 acoplado na ponta, vai acompanhá-la nos cliques ao longo do desfile. Antenada com as últimas tendências de Paris (“Ô, lugar pra ter cafuçu!”, diz), ela dá a receita para a montagem de um figurino invejável para arrasar na avenida: “Combine estampas grandes e listras, jogue por cima muito brilho e, se for mulher, não esqueça do brincão”.

Atrações – Banda Brega é Você, criada em 2008, no bairro do Varadouro. Deu seus primeiros passos animando a tradicional festa de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de mesmo nome. Tem no repertório lambada, Jovem Guarda e ritmos que marcaram dos anos 60 aos 80.

DJ Naza –O DJ Naza acompanha o Cafuçu desde 2009, quando o bloco se concentrava apenas na Praça do Bispo. Nazareno Andrade é parte do Volante Filipeia, coletivo de pesquisa musical e discotecagem com referências no Tropicalismo, samba de raiz, samba-rock, música cubana e africana dos anos 70, pancadão e músicas de terreiro.

DJ 10zanu – Retorna a João Pessoa para o Baile do Cafuçu depois de longa temporada em São Paulo, atuando como DJ e produtor da festa Pirey do Brega. Nascido em Campina Grande, Fábio Inocêncio, seu nome de batismo, começou a desenvolver um trabalho de difusão da música brasileira em 2007, quando resolveu morar na capital da Paraíba.

História do Cafuçu – Na segunda metade da década de 1980, o carnaval de rua e de clubes de João Pessoa atravessava um processo de declínio e o carnaval de Recife, Olinda e Salvador polarizava todas as atenções no Nordeste.

Com o surgimento do bloco Muriçocas do Miramar, em 1987, e em seguida de mais uma dezena de agremiações, esse cenário começou a mudar. Um dos pioneiros na retomada do carnaval da cidade foi o Cafuçu, que surgiu em 1990. Juntamente com mais dez blocos, o bloco é responsável pela criação, em 1992, do projeto Folia de Rua e pela fundação da sua associação, em 1996.

No início surgido como uma brincadeira entre amigos (Adalice e Ana Costa, William Pinheiro, Henrique Magalhães, Paulo Vieira, Torquato Joel, Buda e Bertrand Lira), o Cafuçu é originário do grupo Artesanal. Foram diversas as produções do grupo, desde teatrais, fotográficas e cinematográficas a publicação de livros e revistas, através da Marca de Fantasia, criada por Henrique Magalhães e incorporada ao Artesanal, do mesmo modo que o bloco Cafuçu.

Inicialmente, a agremiação saía nas praias do Cabo Branco e Tambaú, puxada por trios elétricos, e em seguida por orquestras de frevo, no chão. Em 1997, na contramão da maioria dos blocos da cidade, transferiu-se para o Centro Histórico. Lá, contribuiu para o resgate do carnaval de rua da capital, com ênfase na festa criativa e popular, procurando valorizar a área urbana da fundação da cidade.



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