Política
Bolsonaro vê ‘traição’ em candidatura de Gusttavo Lima à Presidência e desconfia de jogada ensaiada com Caiado
03/01/2025
Brasil 247
O anúncio de Gusttavo Lima sobre sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026 provocou uma onda de reações no campo político da direita brasileira. A notícia surpreendeu Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados mais próximos, que interpretaram o movimento do cantor como um ato de “traição”, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O sertanejo havia conversado com Bolsonaro horas antes de formalizar sua intenção de candidatura. Na ocasião, Gusttavo Lima teria mencionado apenas o desejo de concorrer a uma vaga no Senado. A declaração pública de que almeja o Palácio do Planalto, no entanto, foi vista como uma mudança radical e inesperada de planos.
“Candidato-tampão” e articulações estratégicas – Nos bastidores da direita, especula-se que a candidatura de Gusttavo Lima esteja sendo articulada com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também pré-candidato à Presidência. A parceria teria como objetivo criar uma blindagem a Caiado contra críticas nas redes sociais, ao mesmo tempo em que pavimenta uma estratégia para 2026: eleger o governador como presidente e sua esposa e o cantor para as duas cadeiras de Goiás no Senado.
De acordo com interlocutores próximos de Bolsonaro, o plano foi interpretado como um golpe calculado. Para eles, Gusttavo Lima estaria servindo como um “candidato-tampão”.
Bolsonaro e aliados reagem – A declaração pública de Gusttavo Lima deixou Bolsonaro desconfortável. O cantor inclusive, de acordo com Bela Megale, do jornal O Globo, já sondou partidos de direita como União Brasil e Progressistas para uma eventual filiação. Embora inelegível para 2026, Bolsonaro continua a se enxergar como a principal referência política da direita e avalia o movimento do sertanejo como uma ameaça direta à sua liderança.
Aliados próximos relataram que Bolsonaro, inicialmente, considerou a possibilidade de apoiar Gusttavo Lima em sua caminhada rumo ao Senado, mas vê a disputa presidencial como um campo em que seu nome ou de alguém próximo deveria prevalecer.
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