Internacional
Bashar al-Assad renuncia à presidência da Síria; transição no país entra em pauta
08/12/2024
Portal WSCOM com 247
A Síria vive um marco histórico. Após mais de uma década de guerra civil, o presidente Bashar al-Assad anunciou sua renúncia e pediu uma transição pacífica de poder. A notícia foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que declarou não ter participado das negociações que levaram à decisão.
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O comunicado oficial, publicado pela Rússia no Telegram, confirmou que Assad deixará o cargo e o país, destacando a necessidade de respeitar todos os grupos étnicos e religiosos na Síria. “A Rússia não estava envolvida nessas negociações”, reforçou o governo russo, que também expressou “profunda preocupação” com a gravidade da situação no território sírio.
Negociações e futuro político
O anúncio ocorre em meio a apelos para uma solução política inclusiva, fundamentada na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU. A proposta busca redigir uma nova constituição e estabelecer um processo eleitoral legítimo. O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, sugeriu a realização de negociações inter-sírias em Genebra, uma iniciativa apoiada pela Rússia para evitar um colapso político completo.
Hadi Al-Bahra, líder da principal oposição síria no exterior, defendeu um período de transição de 18 meses para garantir condições seguras e neutras para eleições livres. Segundo ele, o primeiro passo será redigir uma constituição em seis meses, que será submetida a um referendo popular para definir o sistema de governo: presidencial, parlamentar ou misto.
“A constituição dirá se teremos um sistema parlamentar, presidencial ou misto. Com base nisso, faremos a eleição e o povo escolherá seu líder”, explicou Al-Bahra durante o Fórum de Doha, no Catar. Ele também pediu que funcionários públicos continuem trabalhando até que a transição seja concluída.
Com a instabilidade crescente, bases militares russas na Síria foram colocadas em estado de alerta máximo, embora não enfrentem ameaças imediatas, segundo o governo russo. O desenrolar dessa transição será crucial para determinar a estabilidade não apenas da Síria, mas também de toda a região do Oriente Médio.
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