João Pessoa, no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, foi o berço de muitas bandas de hardcore e de vários estilos, do melódico ao old school: Comedores de Lixo, Césio 137, Rotten Flies, Matando a Pau, Little Heads, Dead Nomads, Et Influences, entre tantas outras. Os shows aconteciam praticamente todo fim de semana, seja no lendário Teatro Cilaio Ribeiro ou em vários outros espaços ocupados pela cena, como estacionamentos, o antigo bar da Tapa (Elvis), o lava-jato do Geisel, o Inferninho em Mangabeira e muitos outros. A cena pulsava forte, e bandas de fora também vinham para trocar experiências.
Com o tempo, muitas dessas bandas acabaram, mas a Rotten Flies resistiu. Durante um hiato da banda, o guitarrista Thales Gutemberg, o TG, decidiu canalizar inquietações pessoais e coletivas em músicas mais pesadas, diretas e urgentes.
Assim surgiu o Best Foe, projeto formado em 2024 e com um DNA totalmente DIY. Sem conseguir firmar uma formação fixa no começo, TG optou por gravar de forma independente ao lado do produtor VH, reunindo colaborações importantes da cena. As gravações contam com Marconi (Headspawn) na bateria, VH no baixo e gang vocals de Vitor Branco (Rotten Flies) e Eduardo Jarry (Behaviour / Negativus), reforçando o espírito coletivo que sempre fez parte do hardcore.
A banda começa a se firmar com a entrada de Emerson na guitarra (Exille), trazendo uma pegada agressiva e direta que se encaixa perfeitamente na proposta. Depois de algumas mudanças naturais na formação, Clécio (Matando a Pau / Lato Kaos) assume a bateria, trazendo o peso da velha escola hardcore paraibana, enquanto Eiji Kumamoto entra no baixo, permitindo que TG foque totalmente nos vocais rasgados, firmes e cheios de atitude.
O single “Never Retreat”, disponível no Spotify, funciona como um verdadeiro manifesto. Com ritmo rápido e refrão explosivo, a música celebra a família hardcore, a resistência e a força da cena como espaço de identidade e luta. O verso “Hardcore is the only way, no matter what they say!” soa mais como um compromisso do que como um simples slogan.
Natal Brutal Fest 2025
A banda se apresentou recentemente no Natal Brutal, mostrando uma pegada pesada e direta, e promete mais uma grande apresentação no próximo sábado no Beco Underground, na Música Urbana o último evento de 2025. A noite também contará com Incessante e Terrible Force, e promete casa cheia, já que haverá a comemoração do Projeto de Lei que declarou oficialmente o projeto como patrimônio cultural imaterial de João Pessoa.
“O Best Foe é um componente biótico e abiótico do ecossistema Hardcore. Assim como Sistema Brutal, Rotten Flies, Incessante, Dead Nomads e etc. Somos uma família, uma gang movida pela música, pela luta constante contra as mazelas que nos assolam. Não somos nem queremos competir, queremos contribuir de forma coletiva. Ser hardcore é ser de verdade.” Comenta TG.
O EP Hardcore Is Not Dead reforça essa identidade sonora. Sem firulas ou experimentações desnecessárias, o trabalho aposta em riffs cortantes, bateria seca e letras afiadas. O destaque fica para “Destructive Habit”, com a participação de Alf Cantalice (Headspawn), abordando temas como drogas, violência e desigualdade social de forma crua e sem romantizar.
Confira o EP agora:
https://bit.ly/m/bestfoe?utm_source=ig&utm_medium=social&utm_content=link_in_bio
Best Foe não tenta reinventar o hardcore a ideia é reafirmar o que ele sempre foi. Com postura claramente anti-sistema e total respeito às raízes do gênero, a mensagem é simples e direta: o hardcore segue vivo, incômodo e necessário.
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Formação:
TG – Vocais
Emerson – Guitarra
Eiji – Baixo
Clécio – Bateria
