Durante o Novembro Azul, as atenções se voltam tradicionalmente à prevenção do câncer de próstata. No entanto, especialistas do Laboratório de Investigação em Psicologia Clínica, que atua dentro do CASULU Coworking, defendem que o momento também deve servir para ampliar o debate sobre a saúde mental e emocional dos homens. A proposta é ressignificar a masculinidade, romper tabus e incentivar o autocuidado de forma integral, física e psicológica.
Segundo os profissionais, a dificuldade de muitos homens em buscar apoio psicológico e expressar vulnerabilidades está diretamente ligada à forma como foram socializados. Desde cedo, a sociedade ensina que o homem deve ser forte, racional e capaz de resolver tudo sozinho. Chorar, demonstrar medo ou pedir ajuda ainda são atitudes vistas como sinais de fragilidade. Esse modelo, afirmam os especialistas, cria uma barreira emocional profunda que impede o contato com sentimentos e o reconhecimento das próprias dores.
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“Ao longo da vida, os homens aprendem a reprimir emoções e associar o ato de sentir à fraqueza. Essa construção cultural gera um ciclo de silenciamento e sofrimento”, destaca a equipe do Laboratório. A consequência, explicam, é que muitos acabam transformando tristeza, medo ou insegurança em irritação, isolamento e comportamentos autodestrutivos.
O CASULU Coworking, que abriga o Laboratório, é um espaço voltado à saúde mental, inovação e economia criativa. O ambiente reúne profissionais de diversas áreas que compartilham conhecimento, práticas terapêuticas e iniciativas voltadas ao bem-estar coletivo. A proposta é oferecer um lugar acolhedor, onde o cuidado emocional possa ser discutido sem estigmas e de maneira acessível.
No mês do Novembro Azul, o Laboratório reforça a importância de falar sobre saúde emocional masculina, lembrando que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. A prevenção começa também no diálogo, na escuta e na quebra de padrões que por muito tempo associaram masculinidade ao silêncio.
