No dia 1º de novembro, João Pessoa recebe uma verdadeira descarga de energia sonora com a chegada da Eskröta, dividindo o palco com a Terror Fúnebre (RN) e as anfitriãs paraibanas Matriarcaos e Long Way Home.
O trio, conhecido por misturar thrash metal e crossover com letras afiadas e posicionamento político firme, desembarca na capital paraibana para um show no Vila do Porto, prometendo uma noite intensa, pesada e absolutamente memorável. Com presença marcante nos principais festivais do país e uma trajetória que cresce a cada lançamento, a Eskröta traz para o público paraibano sua sonoridade brutal e visceral, reafirmando por que é hoje uma das forças mais relevantes do underground nacional.
Após o evento, traremos mais conteúdo sobre essa verdadeira celebração das minas no front, com detalhes sobre as bandas, a organização e a cena local. Na resenha de hoje, consegui uma brecha no corre da Eskröta para fazer algumas perguntas sobre o crescimento da participação de mulheres no underground e também sobre a visão da banda ao tocar no Nordeste.
Vindo de uma cena grande e centralizada como a de São Paulo, quais diferenças vocês sentiram ao tocar no Nordeste da última vez, especialmente em termos de estrutura, acolhimento e circulação de bandas femininas no underground?
“Existe uma boa safra de bandas totalmente femininas ou com integrantes mulheres no Nordeste, mas poderia ser melhor, claro! São Paulo não está muito atrás a magnitude da capital faz transparecer ainda mais essa carência. Queremos mais mulheres nas bandas, na organização, no marketing, em tudo quanto é lugar. O espaço é plural, vamos ocupar!
O Nordeste sempre nos acolheu muito mais que bem, desde a nossa primeira passada por aí, lá por 2018, eu acho. Seguimos acumulando ótimas histórias e amizades pra vida. Todos os grandes eventos que tocamos no Nordeste se destacaram pela organização e pelo tratamento com as bandas, sem falar na estrutura. Este ano tivemos o prazer de tocar no Palco do Rock, em Salvador, pela segunda vez, e foi maravilhoso! Vale citar também o Quarta Cinzas Rock, em Recife, outra experiência incrível.”
Existe ainda um imaginário de que “o Nordeste é distante do eixo”. Como vocês enxergam essa questão ao vivenciar a cena de perto?
“Acredito que o que um dia foi distante do eixo hoje é quase o eixo por si só. Diversas bandas que conhecemos e conversamos não veem a hora de ir para o Nordeste todo mundo quer sentir essa energia do povo nordestino de perto. A propaganda que fazemos é muito boa kkk. Nosso baterista sempre diz que ‘a Paraíba é o melhor lugar do mundo’, e isso por si só já diz tudo.”
Quais têm sido as maiores dificuldades logísticas, financeiras ou até culturais para bandas do Sudeste que desejam se conectar com a cena nordestina? E o que precisa mudar para fortalecer essa ponte sem hierarquia de região?
“A dificuldade financeira ainda é uma barreira considerável: passagens aéreas seguem muito caras dependendo da época, e nem todo produtor está disposto a investir esse valor; chamar bandas de cidades próximas é mais viável. Porém, no Nordeste vemos uma grande movimentação por parte dos produtores e uma vontade real de levar bandas pra aí — isso é bem mais forte! A galera faz coletivos, se movimenta e faz a coisa acontecer da melhor forma pra todo mundo.
Como sempre falamos, é de extrema importância que a galera consuma o conteúdo do underground (em todas as mídias) e, claro, compareça nos shows. Fica bem mais fácil pro produtor trazer cada vez mais bandas quando existe um público fiel apoiando o coletivo.”
Prepare-se para uma noite de peso, resistência e presença feminina no front uma experiência que promete marcar a cena local e fortalecer ainda mais a ponte entre Nordeste e Sudeste no underground.
Chegue cedo, apoie as bandas independentes e fortaleça o corre coletivo: metal se vive no ao vivo.
Fotos: Dani Moreira

01 de novembro, 20h – Vila do Porto (em frente ao Hotel Globo)
Ingressos – clique aqui: https://www.sympla.com.br/evento/6-anos-de-kaos-edicao-especial-eskrota/3148209?referrer=www.google.com&referrer=www.google.com