A Mottriz é uma banda de João Pessoa que desde 2018 vem consolidando seu espaço no cenário alternativo. Com influências que passeiam por diferentes vertentes do rock pesado, o grupo aposta em autenticidade e intensidade para criar uma sonoridade que reflete tanto força quanto profundidade.
Antes de O Alicerce, a banda já havia mostrado sua capacidade criativa em trabalhos anteriores: o EP Universo Inverso (2020), gravado em João Pessoa e finalizado no Toth Studio (SP), além dos singles Sobre os Muros (2023), Consciência (2023) e Centelhas (2024). Essa trajetória revela uma evolução constante e amadurecimento musical, que culminam neste novo lançamento.
Recentemente, a Mottriz vem intensificando suas apresentações ao vivo. Um exemplo foi o show no do Festival Alumiô – Palco Música Urbana, cuja cobertura fiz na Resenha nº 07, com registros que já mostravam a força da banda no palco.
Um EP que ergue bases
É com esse espírito que a Mottriz chega com O Alicerce, composto por seis faixas que mesclam hardcore moderno, lirismo e colaborações estratégicas que ampliam o universo criativo da banda. O título não poderia ser mais simbólico: O Alicerce é a base sobre a qual a Mottriz deseja edificar sua trajetória musical.
As letras exploram temas existenciais, motivacionais e de autocompreensão, transitando entre agressividade e momentos mais introspectivos. O EP também se destaca pelas participações de Ellen Jordana, DJ Ozzy, Milton Aguiar, Jonathan Briseno, Gustavo Pinheiro e Shilton Roque, que acrescentam camadas e ampliam horizontes sonoros. Essa abertura a colaborações reforça a identidade da Mottriz como uma banda plural e conectada à cena.
Como destaca o guitarrista Bruno Braga:
“O Alicerce marca o amadurecimento da Mottriz e reforça a coletividade da cena underground, com participações em todas as faixas. O EP é resultado do apoio mútuo, troca de experiências e união de vozes que criam um peso verdadeiro.”
Arte que dialoga
A capa, ilustrada por Diogo Galvão, também merece destaque. Para mim, ela transmite a ideia de autocompreensão: seus traços evocam a confusão do próprio ser, enquanto as nuances em preto e vermelho traduzem o sinistro (preto) e a ira (vermelho). É uma imagem que remete instantaneamente à frase: “com pensamentos a vagar”.
Destaques da audição
Particularmente, a faixa que mais me impactou foi “Prólogo”, justamente por apresentar uma atmosfera musical que foge dos padrões tradicionais do rock pesado. Essa abertura diferenciada reforça o caráter conceitual do EP, criando o terreno para as faixas seguintes.
Se a proposta era erguer um fundamento sólido para os próximos passos, O Alicerce cumpre sua missão com sobra. Agora, cabe ao público acompanhar de perto como essa força motriz seguirá impulsionando novos rumos na cena.
Confira agora o trabalho clicando no link: https://www.youtube.com/watch?v=AKQcA9SP1J0
Siga a banda: https://www.instagram.com/mottrizhc/
Ficha Técnica
Título: O Alicerce
Artista: Mottriz
Ano de Lançamento: 2025
Cidade/Estado: João Pessoa/PB
Gênero: Hardcore
Duração: 16:50m
Créditos Musicais
- Voz: John Vieira / Bruno Braga
- Guitarra: Bruno Braga
- Baixo: John Vieira
- Bateria: William César
Participações Especiais
- Milton Aguiar (Bayside Kings)
- Ellen Jordana (BP109 Giros)
- Gustavo Pinheiro (Incessante)
- Shilton Roque (Born to Freedom)
- Jonathan Pinheiro (Diamanita)
- Ed Franck Medeiros (Exille)
- DJ Ozzy
Composição e Arranjos
- Todas as músicas compostas por John Vieira
- Arranjos: Bruno Braga, William César e Ed Franck Medeiros
Produção
- Produção musical, gravação, mixagem e masterização: Ed Franck Medeiros
- Arte & Visual (capa): Diogo Galvão