Paraíba

Áreas restauradas da Paraíba voltam a ser habitadas por animais ameaçados

Com quase 500 hectares recuperados, ações contínuas no litoral paraibano reconectam fragmentos da Mata Atlântica e resgatam a biodiversidade local


08/04/2025

(Foto: Arquivo Cepan)

Portal WSCOM

Espécies como Macaco Prego Galego (Sapajus flavius) e Guariba de Mãos Ruivas (Alouatta belzebul) voltam a habitar áreas antes degradadas do litoral da Paraíba. Esses animais estão classificados como ameaçados de extinção e a presença deles nessa área é um sinal do sucesso da restauração florestal.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

Desde 2020, 493 hectares de vegetação nativa foram restaurados no corredor ecológico Pacatuba-Gargaú, entre duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), em Santa Rita (PB). A meta, já em curso, é reconectar 1.800 hectares para criar uma malha contínua de floresta, essencial para o fluxo de espécies e a resiliência dos ecossistemas locais.

A iniciativa é coordenada pelo Cepan (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste) em parceria com a Usina Japungu e a organização local EcoOcelot, com financiamento de entidades como Ecosia, Cariuma e Tree App – Empresas de fora do Brasil, que atuam financiando ações de reflorestamento através de suas políticas de responsabilidade socio-ambiental. A região é parte do Centro de Endemismo Pernambuco, uma das áreas mais ameaçadas da Mata Atlântica e reconhecida como hotspot global de biodiversidade.

Com base em estudos técnicos iniciados em 2014, as ações de restauração combinam muvuca de sementes, plantio de mudas e condução da regeneração natural. As áreas em restauração estão, em sua maioria, dentro das propriedades da Usina Japungu — também responsável pelas RPPNs envolvidas no projeto.

Os dados mais recentes do MapBiomas reforçam a relevância de iniciativas como essa. Em 2023, o desmatamento na Mata Atlântica caiu 59,6% em relação ao ano anterior, totalizando 12.094 hectares perdidos — o menor volume entre todos os biomas brasileiros. Ainda assim, a pressão sobre áreas remanescentes segue intensa, sobretudo em regiões como o Nordeste, onde a floresta é mais fragmentada e vulnerável.

Nesse cenário, a restauração florestal conduzida pelo Cepan no corredor Pacatuba-Gargaú se destaca como uma resposta concreta e estratégica para frear o avanço da degradação e recuperar a conectividade da paisagem, promovendo áreas de circulação para várias espécies, além de melhorar o cenário dos serviços ecossistêmicos prestados.

Sobre o Cepan
Com mais de duas décadas de atuação, o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste é referência em projetos de conservação, restauração ecológica e políticas públicas socioambientais em diversas regiões do Brasil.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.