Política

A visita de Lula à Paraíba e Pernambuco prova um novo instante político em que a conjuntura exige diálogo com Oposição para consolidar gestão


22/03/2023



 

 

Em 2003, quando Lula tomou posse na Presidência da República o cenário lhe permitia conviver com a condição majoritária do PT e da Esquerda em nível que a dados de 2023 não é mais possível porque para executar o que prometeu em campanha ele precisa dialogar e ceder espaços a adversários de campanha.

Sem delongas nem tergiversações, Lula se vê obrigado a almoçar com a governadora Raquel Lyra e o prefeito de Recife João Campos, ambos adversários, mas que o protocolo exige convivência do presidente com os dois líderes, mesmo tendo preferência por Campos. É a nova conjuntura a impor essa agenda.

NA PARAÍBA

Há nos bastidores dos partidos progressistas paraibanos uma queixa danada pela composição federal indicando até nomes ligados ao ex-presidente em cargos da Paraíba, mas o fato é que não há como Lula ter governabilidade senão for convivendo com adversários.

Este resumo explica porque Lula chega na Paraíba sendo recepcionado pelo seu aliado governador João Azevêdo tendo de conviver com a recepção em Campina Grande pelo prefeito Bruno Cunha Lima, adversário de João.

Há ainda o desconforto previsível mas necessário de se ter os senadores Daniela Ribeiro e Veneziano Vital, apoiadores de Lula na cena nacional mas adversários na Paraíba ainda precisando registrar o senador Efraim Morais, aliás de Santa Luzia.

LULA É CRAQUE

Diferentemente da fase anterior sem diálogos com adversários, Lula trata a situação com fairplay porque para o PT existir com chances em 2024 precisa apresentar resultados e estes só acontecem com negociação no Congresso Nacional.

Isto é o que explica a postura do presidente Jackson Macedo, do PT admitindo até Cícero Lucena mesmo com a ira de petistas.

A AUSÊNCIA DE RICARDO

Ninguém, absolutamente ninguém, prévia anos atrás que na primeira visita de Lula na Paraíba como presidente aconteceria sem a presença do ex-governador Ricardo Coutinho, ultimamente fora da agenda maior e, no caso estadual, com tamanho político menor.

Este é o preço da soberba por não superar ódios e ter perdido a oportunidade de ser deputado federal mantendo sua influência. Ao exagerar perdeu uma chance de ouro e hoje vive a solidão pelo que plantou.

Aguardemos os novos passos.

O PRAGMATISMO DE JOÃO

O governador se mantém aliado de Lula por circunstância.  Segurou o apoio ao petista mesmo com o desconforto de ter Ricardo e Veneziano contra ele, inclusive no segundo turno. Agora colhe o que plantou com firmeza.

ÚLTIMA

“Em terra de cego/quem tem um olho é rei…”


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