O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (6) que o governo americano começará a enviar cartas com novas tarifas comerciais para mais de 100 países. A medida começará a valer a partir das 13h (horário de Brasília) desta segunda-feira (7), segundo publicação feita por Trump na rede social Truth Social.

“Tenho o prazer de anunciar que as Cartas de Tarifas dos Estados Unidos e/ou Acordos com vários países ao redor do mundo serão entregues a partir das 12h (horário do leste) de segunda-feira, 7 de julho. Obrigado pela atenção!”

A medida marca o fim de uma pausa de 90 dias imposta anteriormente pela própria administração Trump nas negociações tarifárias. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os países que não avançarem nos acordos voltarão, até o dia 1º de agosto, aos mesmos níveis tarifários praticados em 2 de abril.

As novas tarifas poderão variar de 10% até 70%, segundo sinalizações do próprio Trump. No entanto, Bessent afirmou que taxas mais altas, como as de 70%, não devem ser aplicadas aos principais parceiros comerciais.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp

“Se você não fizer as coisas avançarem, então em 1º de agosto você voltará ao seu nível tarifário de 2 de abril”, disse Bessent em entrevista à CNN. Ele destacou que alguns países sequer procuraram os Estados Unidos para discutir acordos e reforçou que “os EUA têm a vantagem nesta situação”, devido ao déficit comercial enfrentado pelo país.

Bessent enfatizou no domingo que os Estados Unidos não vai impor tarifas de 70% aos principais parceiros comerciais. Já Donald Trump informou que as cartas incluiriam taxas tarifárias na atual linha de base de 10%, ou tão extensas quanto 70%.

Apesar das críticas de economistas e empresas sobre o impacto da guerra comercial e o risco de inflação, o governo minimiza os efeitos. Bessent afirmou que não há sinais de inflação significativa e que a arrecadação com tarifas segue em alta. Já o ex-secretário do Tesouro Larry Summers alertou que as medidas podem gerar aumento nos preços e reduzir a competitividade das empresas americanas.

Dados recentes do Departamento do Trabalho dos EUA mostram que o Índice de Preços ao Produtor subiu 0,1% em maio, com taxa anual de 2,6%, indicando efeitos moderados das tarifas sobre os custos.

As cartas tarifárias marcam mais uma etapa na estratégia comercial de Trump, que pretende endurecer a política externa e aumentar a arrecadação sem comprometer o crescimento econômico interno,  uma aposta que a Casa Branca informou que ainda mantém o mercado de trabalho aquecido.