Economia & Negócios

Sem condições de pagar funcionários, 6ª empresa fecha suas portas

CRISE ECONÔMICA


01/07/2016



A crise econômica não é de “mentirinha”, não! E o retrato mais convincente de que essa crise é real está no tamanho do número de desempregados no país, que alcança quase os 12 milhões de pessoas.

Outro retrato da crise está no fato de que até as novas negociações salariais estão acontecendo com ponderações por parte das respectivas entidades representativas dos trabalhadores, convencidas de que é bem melhor preservar o emprego do que buscar aumentos que não possam ser pagos e redundem em fechamento das empresas, o que significa perda do emprego.

Aliás, o fechamento de empresas redundando em desemprego de operadores tem acontecido principalmente no setor de transporte coletivo, como recentemente ocorreu em relação à Auto Viação Bangu, da cidade do Rio de Janeiro, com mais de 100 ônibus e que deixou mais de 400 operadores desempregados. A empresa estava pagando os salários com atraso, mas esse atraso mais se alongou gerando problemas para seus operadores, que estavam a reivindicar sua atualização, o que apressou a decisão da empresa pelo fechamento, tendo em vista que já acumulava dificuldades inclusive com a manutenção de seus veículos, sobretudo para seu abastecimento de combustíveis.

6ª empresa em um ano
 A Auto Viação Bangu foi a 6ª empresa a fechar suas portas, no setor de transporte coletivo do Rio de Janeiro, em um período de 13 meses.
 Em começo deste ano tinha sido a empresa Algarve, da mesma cidade do Rio de Janeiro, a fechar as portas. Ela também operava com cerca de 100 ônibus e deixou desempregados nada menos do que 462 trabalhadores.

Entretanto, entre abril e dezembro de 2015 o setor de transporte coletivo do Rio de Janeiro, face o fechamento de outras quatro empresas, já tinha cortado nada menos do que 1.980 postos de trabalho.

Tarifa de R$ de 3.80
 Mesmo com o governo do Rio de Janeiro concedendo isenções de impostos e dando subsídios, e atualmente sendo praticada uma tarifa urbana de R$ 3,80; considerando ainda que o salário de motorista equivale-se a apenas 561 tarifas inteiras (R$ 2.134,00), as empresas de transporte coletivo urbano da capital carioca atravessam, como as empresas de todo o país, uma séria crise não só em decorrência da grande elevação em seus custos operacionais, principalmente dos combustíveis, mas também pela queda no número de passageiros transportados. E essa queda no número de passageiros é em parte decorrente também da crise econômica, vez que muitas empresas, de outros setores, têm igualmente fechado suas portas, ou seja, deixa de adquirir os vales transporte que anteriormente adquiriam.

Contenção salarial
 Decorrente de tudo isso, um outro fato tem sido observado: os próprios trabalhadores preferem manter os salários tais como estão do que exigirem aumentos que os levem a ficar desempregados.

 E essa contenção salarial vem sendo constatada principalmente no setor público, em que o maior exemplo é o próprio estado do Rio de Janeiro em que seus funcionários têm recebido suas remunerações praticamente em prestações… prestações também pagas com atraso.
 



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