Economia & Negócios

Produção industrial cai 3,2% em 2014, diz IBGE


03/02/2015



A produção da indústria brasileira caiu 2,8% em dezembro – na comparação com o mês anterior – e encerrou o ano de 2014 com queda acumulada de 3,2%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o pior resultado desde 2009, quando a retração foi de 7,1%. Frente a dezembro de 2013, queda foi de 2,7%.

“Os resultados de dezembro expressam bem o que foi o ano de 2014 para o setor industrial. Há predominância de resultados negativos. Na margem da série – passagem de novembro para dezembro – há queda de 2,8 no total da indústria. Lembrando que é o segundo resultado negativo consecutivo. E esse resultado é o negativo mais intenso desde julho de 2013, havia recuado 3,6%”, analisou André Luiz Macedo, gerente da Coordenação da Indústria do IBGE.

O resultado de dezembro foi influenciado pelo mau desempenho da maioria dos ramos pesquisados. De novembro para dezembro, caíram as produções de veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,8%), máquinas e equipamentos (-8,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%). Também recuaram as produções de têxteis (-12,0%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,6%).

Nessa base de comparação, só aumentaram as atividades de artigos do vestuário e acessórios (8,7%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (2,3%), bebidas (2,8%) e indústrias extrativas (0,5%).

A queda foi generalizada entre as categorias de uso. Recuaram as produções de bens de capital (-23,0%), de bens de consumo duráveis (-2,2%), de bens de consumo semi e não duráveis (-1,7%) e de bens intermediários (-0,8%).

De acordo com o gerente do IBGE, o recuo de 23% de bens de capital – de novembro para dezembro – é a maior queda desde janeiro de 2012, quando caiu 23%.

“Muito da explicação [da queda de dezembro] tem relação com equipamento de transportes, a parte de automóveis e caminhões. Concessão de férias coletivas, redução de jornada de trabalho, número menor de pessoas trabalhando, traz pressão negativa importante para justificar essa magnitude de queda bastante importante”, explicou o especialista.

Queda recorde de veículos

Durante o ano, a indústria também apresentou resultados negativos. A maior parte dos setores mostrou números menores em relação aos registrados em 2013. Assim como ocorreu em dezembro, o principal impacto negativo partiu de veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,8%).

Segundo Macedo, o resultado de -16,8% no acumulado de 2014 dos veículos automotores, reboques e carrocerias é o pior resultado desde o início da série, iniciada em março de 2002.

Na esteira, estão ainda metalurgia (-7,4%), produtos de metal (-9,8%), máquinas e equipamentos (-5,9%), outros produtos químicos (-3,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,2%), entre outros.

Na contramão, entre as que que conseguiram mostrar taxas positivas estão: indústrias extrativas (5,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,4%).

A produção de bens de capital caiu 9,6%, a de bens de consumo duráveis, 9,2%, a de bens intermediários, 2,7%, e a de bens de consumo semi e não-duráveis, 0,3%.



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