Com a proximidade das eleições de 2026, os governadores do Nordeste intensificam articulações políticas em torno da sucessão estadual. Enquanto a maioria trabalha para viabilizar a reeleição, alguns já projetam novos cargos ou enfrentam cenários de maior competitividade.
Na Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB) anunciou a intenção de disputar uma vaga no Senado, abrindo espaço para que o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) seja o nome do grupo na eleição estadual. A movimentação, no entanto, tem gerado desgastes internos, já que outras lideranças como o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), também aparecem como opções dentro da base.
Em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) está no primeiro mandato e tem 51% de aprovação, segundo pesquisas recentes. Apesar disso, em levantamentos estimulados, ela aparece atrás do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que lidera a disputa em eventual confronto direto.
No Maranhão, o governador Carlos Brandão (PSB) reorganizou sua base após a ruptura com o ministro Flávio Dino (STF). O alinhamento com o ex-governador e o PT, reforçado pelo apoio do presidente Lula (PT), vinha sustentando o projeto de continuidade, mas a desarticulação da aliança enfraqueceu a pré-candidatura do vice Felipe Camarão (PT). Brandão articula agora a possível entrada de seu sobrinho, Orleans Brandão, como alternativa para 2026.
No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) cumpre o segundo mandato e deve disputar uma vaga no Senado. Para a sucessão estadual, pesquisas apontam como favoritos o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e o senador Rogério Marinho (PL). Um nome do PT aparece na disputa, mas em quarto lugar nas intenções de voto.
Na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sinaliza a reeleição, mas os levantamentos mostram vantagem expressiva do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), que lidera com mais de 25 pontos percentuais.
Em Sergipe, o governador Fábio Mitidieri (PSD) deve buscar a reeleição, apoiado pela base que o elegeu em 2022.
No Ceará, o governador Elmano de Freitas (PT) trabalha para consolidar alianças ao lado dos ex-governadores Camilo Santana e Izolda Cela, caminhando para uma tentativa de reeleição.
Em Alagoas, a estratégia política envolve acordo entre famílias tradicionais da política local. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), deve deixar o PL e migrar para o PSB, em movimento articulado que prevê também a indicação de Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O arranjo abriria caminho para JHC disputar o governo estadual em 2026.
No Piauí, o governador Rafael Fonteles (PT) reforça o discurso de sintonia com o governo federal e de unidade da base, o que indica sua participação direta na disputa pela reeleição.
Diante do cenários formados a tendência é que sete governadores busquem reeleição direta em 2026: Carlos Brandão (MA), Rafael Fonteles (PI), Raquel Lyra (PE), Jerônimo Rodrigues (BA), Fábio Mitidieri (SE), Elmano de Freitas (CE) e possivelmente Paulo Dantas (AL), caso a estratégia política local se confirme.
Dois estados já têm incumbentes que não disputarão a reeleição: Paraíba, com João Azevêdo migrando para o Senado, e Rio Grande do Norte, com Fátima Bezerra pleiteando o Senado.
O dados evidenciam a importância do Nordeste na formação de palanques para 2026, já que a região concentra cerca de 27% do eleitorado brasileiro, sendo decisiva tanto para a disputa estadual quanto para a eleição presidencial. A configuração final dependerá de alianças locais, articulações partidárias e do desempenho das gestões atuais.