Ao final do segundo turno das eleições municipais em João Pessoa já é possível construir argumentos plausíveis para entender porque Cícero Lucena venceu o candidato “fenômeno” Nilvan Ferreira, justamente ele que soube se alinhar com as forças mais conservadoras da Capital mas que, por força da Autocracia em Nilvan, apoios importantes, como do prefeito Luciano Cartaxo e do candidato Ruy Carneiro, não se consolidaram impedindo poder fazê-lo tirar diferenças eleitorais.
É justo reconhecer o “fenômeno” na campanha de 2020, mesmo assim precisamos analisar como ele construiu a imagem de um novo líder “fora da política”, embora tenha sido a nova vertente desse modelo falseado, tanto que foi apoiado abertamente por José Maranhão, Cassio Cunha Lima e Romero Rodrigo – todos originários da velha política.
Mas, a “nova politica” defendida por Nilvan não se afastou de compromisso público com os ultraconservadores à lá Bolsonaro, a exemplo do Major Milanês, do Exército, símbolo do grande acordo que, segundo as más línguas, atuou fortemente nas madrugadas, vésperas da eleição.
Em síntese, alinhado à nova ( apoiada pela velha politica) Nilvan soube atrair muitos votos do segmento neopentecostal ( setores evangélicos) para avançar na ocupação de território pessoense, tal qual no Rio de Janeiro 57% da área carioca é comandada por milicianos.
Esta é a essência do “fenômeno” liderado por um Guru metido a Censor. O saldo é que, seja como for, o resultado expõe a existência de um líder político, sem dúvidas, outrora encantador de mídia que sempre soube prometer quase virando prefeito e pouco fez de fato no plano das políticas públicas por ser neófito no assunto.
A autocracia em Nilvan
Na primeira semana do segundo turno, o candidato esteve reunido com Luciano Cartaxo e Ruy Carneiro esnobando no velho estilo Autocrático -” só eu mando, quero e posso ” – perdendo dois apoios, cuja essência dos importantes interlocutores, fez falta na hora decisiva.
Não se enganem: esse estilo é universal no Ocidente e se concretizou agora em João Pessoa, mas tem tempo para durar.
Ou seja, até 2022 a história se encaminha para outra conjuntura, mesmo com os desdobramentos de 2020 criando várias conjunturas, todas observadas polos terríveis censores de Direita e de Esquerda.
Ao final, até onde chegou, Nilvan é vitorioso no tamanho do que construiu.