O presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira (1º) o Muro das Lamentações, em Jerusalém, ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Tradicionalmente, chefes de Estado visitam o Muro sem a presença de autoridades israelenses, para manter equidistância em relação ao conflito israelo-palestino, pois o Muro das Lamentações está localizado no interior da Cidade Velha, parte oriental de Jerusalém, que é reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
Atualmente, a região está sob ocupação de Israel. Há um ano, quando esteve no país, o presidente norte-americano, Donald Trump, também visitou o Muro, porém sem autoridades israelenses na comitiva. No começo de maio, no entanto, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, esteve no local ao lado de Netanyahu, o que pode ser interpretado como endosso à alegação israelense de que Jerusalém é sua “capital única e indivisível”. Trata-se de uma ação política da extrema-direita, sob a capa religiosa.
A Autoridade Palestina anunciou que chamará de volta o embaixador no Brasil para fazer consultas e estudar uma resposta.
Quando foi eleito, Bolsonaro disse que mudaria a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado que pretendem constituir.
Repercussão
A integrante do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Hanan Ashrawi considerou “totalmente inaceitável” o resultado da visita de Bolsonaro a Israel. Seu relato foi publicado da DW Brasil, via Opera Mundi.
“Jerusalém Oriental é território palestino ocupado”, declarou Ashrawi, condenando especialmente o fato de o gabinete de Bolsonaro mencionar sua visita ao Santo Sepulcro como parte da sua estadia em Israel.
Brasil 247