Marina diz que passou fome e que não vai acabar com o Bolsa Família

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O jornalista Jeff Benício, signatário do blog/coluna “Propaganda é a Arma do Negócio”, hospedado no Portal Terra, abordou, nesta quarta-feira (17), a declaração de Marina Silva (PSB), na propaganda eleitoral, sobre a manutenção do programa Bolsa Família, caso seja eleita presidente da República.

De acordo com Jeff Benício, o discurso da socialista sobre a fome vivenciada nos tempos de infância, nos seringais amazonenses, atinge diretamente os seus principais opositores na disputa, a atual presidente Dilma Rousseff (PP) e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB).

“Como Dilma e Aécio podem contra-atacar? Como criticar a representante de uma realidade que foi — e ainda é — conhecida intimamente por milhões de brasileiros?”, questiona o blogueiro, que complementa: “A petista não poderá repetir que a candidata do PSB se faz de ‘coitadinha’. O tucano pensará duas vezes antes de acusar a ex-senadora de ser vitimista”.

Confira a coluna de Jeff Benício na íntegra:

Declaração de Marina sobre passar fome deixa Dilma e Aécio sem ação

“Sei o que é passar fome.”

Como criticar ou ironizar uma declaração tão contundente?

Ao mergulhar de cabeça na apelação emocional, e ressaltar em seu programa eleitoral na TV que viveu uma infância miserável, sentindo no estômago (e na alma) o que é não ter comida na mesa, Marina Silva (PSB) evaporou o boato de que acabaria com o Bolsa Família e, de quebra, se lançou a um pedestal quase inatingível.

Como Dilma e Aécio podem contra-atacar? Como criticar a representante de uma realidade que foi — e ainda é — conhecida intimamente por milhões de brasileiros?

A petista não poderá repetir que a candidata do PSB se faz de ‘coitadinha’. O tucano pensará duas vezes antes de acusar a ex-senadora de ser vitimista.

Não dá para desqualificar quem assume ter passado fome. Seria uma atitude vista como desumana e cruel. Bombardear Marina por sua declaração dramática poderia ofender milhões de outras pessoas que também já conheceram (ou ainda sentem) a fome.

Em campanha eleitoral sempre se discute os limites da baixaria, da troca de ofensas, do terrorismo psicológico contra o eleitor. Com Marina, a discussão avança para o campo da emoção. Há um limite para a manipulação emocional?

Por ironia da história, ou, se preferir, do destino, essa guerra eleitoral faz Marina Silva se aproximar virtualmente cada vez mais de Lula, seu ex-mentor e agora novo desafeto.

Na ânsia por se eleger, ambos usaram a origem pobre, o preconceito social e a superação pelo próprio esforço como estandarte da campanha à Presidência da República.

Nos dois casos, a pobreza foi vendida quase como uma virtude, como se ela os fizesse mais merecedores da vitória do que, por exemplo, um candidato de classe média que nunca sentiu a barriga vazia.

“Sei o que é passar fome.”

Depois dessa frase-slogan, não há como apelar mais profundamente ao emocional do telespectador-eleitor.

Ou há?

Guia eleitoral

Confira abaixo o Guia Eleitoral de Marina Silva sobre o Bolsa Família:

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