Internacional

Paciente com ebola entrou em contato com mais de cem pessoas, afirmam autoridade

Texas


03/10/2014

 Autoridades de saúde do Estado americano do Texas afirmaram, nesta quinta-feira (2), ao jornal Washington Post que por volta de cem pessoas poderiam estar contaminadas pelo vírus ebola, após entrarem em contato com o paciente infectado.

—Estamos trabalhando a partir de uma lista de cerca de cem contatos potenciais ou possíveis e em breve teremos um número oficial de rastreamento.

Carrie Williams, porta-voz do Departamento de Saúde do Estado do Texas, afirmou ainda que o levantamento está sendo feito com todo o cuidado e que até as pessoas que tiveram encontros "breves" com o paciente estão sendo listadas e procuradas. Espera-se que as autoridades locais consigam diminuir a quantidade de possíveis infectados pelo vírus.

O diretor de saúde do condado de Dallas, Zachary Thompson , relatou que até o momento estão em observação apenas os familiares e aqueles que mantiveram um contato muito próximo com o homem infectado. Até o momento, nenhuma dessas pessoas apresentou os sintomas da doença.

Primeiro infectado nos EUA

O homem, reconhecido como o primeiro infectado com ebola a apresentar os sintomas após ter chegado aos EUA, foi identificado como Thomas Eric Duncan.

Duncan, de 42 anos e que vive na Monróvia, Libéria, permanece no Hospital Presbiteriano de Saúde do Texas, enquanto as autoridades tentam resistir aos possíveis efeitos que tenha causado a alta que teve por dois dias, depois que ele foi ao centro médico na sexta-feira (26) passada.

Nesse dia, o liberiano foi pela primeira vez ao hospital com febre e dores abdominais, mas os médicos o enviaram para casa com antibióticos sem levar em conta que ele tinha vindo da Libéria.

Duncan voltou ao hospital no domingo, quando foi isolado e, posteriormente, diagnosticado com ebola, mas esses dois dias foram fundamentais para uma potencial propagação do vírus entre as pessoas com as quais teve contato.

A cidade tem uma grande comunidade liberiana. Especialistas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, com sede em Atlanta, foram para Dallas para colaborar no tratamento e pesquisa do caso.

Paciente não foi internado imediatamente

Josephus Weeks, sobrinho de Duncan, disse em entrevista ao canal NBC, na quarta-feira (1º) à noite, que seu tio não recebeu tratamento para o ebola até Weeks ter ligado pessoalmente aos Centros de Controle de Doenças federais (CDC, na sigla em inglês) em Atlanta para relatar a suspeita de infecção com o vírus. Ele disse ter feito a ligação no dia em que Duncan retornou do hospital em Dallas.

Uma autoridade médica de alto escalão pediu aos hospitais dos EUA para extraírem lições do episódio em Dallas, onde um hospital mandou o paciente retornar para casa inicialmente, apesar da informação de que ele havia visitado a África Ocidental recentemente, o que potencialmente expôs mais pessoas ao vírus.

Autoridades médicas do Texas ordenaram quatro familiares "próximos" ao paciente a não receberem visitantes e disseram que eles poderiam ser presos, caso saiam de casa sem permissão até o dia 19 de outubro. Os quatro, no entanto, não exibem sintomas.

"Temos protocolos testados e verdadeiros para proteger a população e conter a propagação da doença", disse o médico David Lakey, comissário de Saúde do Texas. "Esta ordem nos dá a capacidade de monitorar a situação da forma mais meticulosa."

Autoridades médicas têm pedido aos funcionários de saúde dos EUA que examinem pacientes para identificar possíveis traços da doença, e que perguntem a eles sobre seu histórico de viagens.

"Infelizmente, isso não aconteceu nesse caso", disse o médico Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas. "Precisamos apenas colocar isso para trás, olhar para frente e ter certeza de que isso não se repita no futuro."



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