Impressiona o mapa eleitoral do Brasil finda a eleição presidencial com a Vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 54% dos votos válidos sobre Fernando Haddad, do PT, obtendo 44% dos votos, sobretudo no tocante ao papel dos 9 estados e, em especial, dos governadores do Nordeste.
Antes de mais nada, é preciso respeitar o resultado do Nordeste pelo filtro da qualidade de avaliação popular em detrimento do preconceito gritante dos que não aceitam a liberdade e juízo de valor dos nordestinos. Lá venceram os que sabem traduzir a política em bem coletivo e não das elites vorazes que depredam a cidadania em nome do lucro.
Neles, sem exceção, Haddad venceu em todos o seu concorrente com expressiva vantagem acima dos 59% no mínimo dos votos.
O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA REALIDADE
É evidente que nos 9 estados há registro de bolsonaristas ao estilo comum de qualquer lugar até intimidando ou partindo para violência, como se deu com a morte do capoeirista líder do Badauê, mas é que nos 9 estados perdura um resultado fruto de gestões operosas da nova safra de lideres políticos testados positivamente.
Coincidentemente são de partidos progressistas – 4 do PT, 2 PSB, 1 MDB e 1 PSD alinhado com o PT.
A GESTÃO FORTE DE RESULTADOS
Caso a caso, os 8 estados em que se discutiu reeleição ou, no caso da Paraíba, o governador elegeu seu sucessor, João Azevedo, nos demais – à exceção do Rio Grande do Norte, o que se viu foi o processo plebiscitário de aprovação das gestões.
Da Bahia com Rui Costa, passando pelo vizinho Sergipe liderado por Belivaldo, depois Alagoas reelegendo Renan Filho, e Pernambuco reconduzindo Paulo Câmara.
O mesmo dir-se-á da força de Wellington Dias no Piaui, Flávio Dino no Maranhão e Camilo Santana no Ceará levando 70% dos votos pro Haddad sem a participação do amuado Ciro Gomes.
A NOVA CENA FRUTO DE LULA/DILMA
No Nordeste, perdura um sentimento de gratidão ao legado de Lula/Dilma, que pela primeira vez depois de séculos olhou e agiu nos 9 estados com investimentos econômicos e sociais relevantes.
Nos 12 anos do PT, à exceção da metade.do segundo governo Dilma, os Estados nordestinos conviveram com grandes obras e proteção social sistemática a partir do Bolsa Família – a primeira raiz do ódio brotado em setores da Classe Média para cima.
A obra da Transposição do Rio São Francisco se traduz como exemplo, mas a lista é imensa de grandes investimentos nos 9 estados.
Só que o saldo maior é verdadeiro pela força das gestões qualificadas pós Lula sem o qual o resultado seria outro.
O CASO RARO POTIGUAR
A Vitória da senadora Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte representa a única ascensão da oposição petista diante do fracasso dos líderes políticos norte-riograndenses tradicionais, a partir do governador Robinson Faria, os senadores Garibaldi Alves, José Agripino Maia e cia.
Ela representa a mais forte Vitória petista porque nos demais 3 outros casos foram reeleições de Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piaui) fruto da qualidade de gestão nesses estados.
SÍNTESE DA NOVA CONSCIÊNCIA
Diferente da leitura de outros Estados brasileiros, no Nordeste o desempenho dos 8 (mais Fátima Bezerra) governos estaduais se traduz em eficiência de gestão nos vários níveis- fiscal, administrativo, financeiro e de investimentos na infraestrutura e políticas sociais.
Esta é a realidade que levará à unidade de posição dos 9 governadores diante do novo presidente, que vai enfrentar uma safra de. Jovens e talentosos lideres políticos bem distantes da essência da antiga safra de tradicionais da politica.
O Nordeste fará a diferença para melhor até liderando na prática a resistência democrática em caso de retaliação.