O universo do samba anda em festa diante da Nova produção artística do neo-santista-pessoense Mirandinha, já há algum tempo esbanjando talento e diferencial na música de matriz negra, mas de expansão e encanto para todas as raças e recantos deste Brasil de bambas.
Em “Salve o Negro, salve o Samba” ele se assume na essência de autor e intérprete reverenciando a força do samba, a partir de sua identidade negra por essência expondo ao mundo um repertório típico de Bambas nacionais, mesmo ele com umbigo fincado em terras Tabajaras de nome Paraíba.
RITMO E HARMONIA
No novo CD gravado em João Pessoa no estúdio de Giulian Cabral, Mirandinha assume ainda a Nova fase autoral nivelando-se por cima com letras e ritmos bem cadenciados com estilo comum à nobreza da produção originada, por exemplo, no Rio de Janeiro – principal abrigo dos vários estilos advindo do Jongo e dos negros da Bahia.
Nas 10 faixas constantes no CD, o artista se credencia com um elenco de canções e ritmos à base de uma direção artística e de arranjos surpreendente revelando Potyzinho Lucena como craque em nível do que faz o genial Hildo da Hora – este responsável pelos arranjos de Zeca Pagodinho.
Registre-se em especial a participação de Zé Katimba na faixa de trabalho – “Salve o Negro, Salve o Samba”, de André da Mata, sambista primoroso de Mossoró em “Passinho de Nenem”, Sandami, outra revelação qualificada no CD e de Kojak, Mestre no dedilhado e gogó deslumbrantes na faixa “João Pessoa abençoada” , uma Ode à cidade / terra de Geraldo Vandré, Herbert Viana, Lucy Alves, Livardo Alves, Carlos Roberto de Oliveira e Fuba.
Por fim, no trabalho onde se credencia foto de Fernando Soares e arte de Diego Lins, o novo CD de Mirandinha o eleva no nível conceitual do que faz Diogo Nogueira, por exemplo, optando ele por fazer samba de qualidade morando e replandecendo na Capital das Acácias.
Em síntese, é obra de gente grande. AXÉ.