O ser humano sente necessidade de carícias desde o berço. O bebê se tranquiliza ao receber o carinho materno. Isso representa dizer que esse toque afetivo, conhecido como carícia, é importante para qualquer um de nós desde o nascimento.
Como se manifestam as carícias? Através do toque das mãos, de forma leve, lenta, suave. Pode ser um afago, um apoio, um acalento, mas também pode se revelar a expressão de desejos e de ternura, uma maneira de seduzir, o compartilhamento de intimidades. Não existe afeto sem carícias. Elas são determinantes para que se consolidem vínculos emotivos. Durante o início de uma relação amorosa, no estágio do namoro, as carícias funcionam como descobertas do casal.
Quando se diz que a empatia ou atração sexual é uma “questão de pele”, é porque se entende como essencial o toque no corpo como forma de acariciar. Se não há rejeição, está configurado o laço de sensualidade que une duas pessoas.
Normalmente costumamos associar a palavra “carícia” a atitudes próprias dos prazeres sexuais. Marcam a troca de carinho entre amantes, como preliminares que antecedem ao clímax na relação. Causam efeito de excitação. O amor não pode prescindir de carícias, do contrário assim não poderia ser classificado, em razão de não existir sentimentos, emoções, vontades. A carícia dá o tom de romantismo no envolvimento de duas pessoas que se amam.
Todavia devem ser consideradas também as carícias desprovidas desse sentimento de puro deleite vivenciado por casais enamorados. São as carícias que recebemos num momento de desamparo, num instante de aflição, no infortúnio. A mão que nos acaricia transmite uma energia que oferece uma sensação de bem estar, devolvendo-nos o clima de felicidade circunstancialmente perdido. O contato físico estabelece o sentimento de proteção, amparo, apoio.
A verdade é que não podemos viver sem carícias. Elas são atitudes que exprimem cuidado, carinho, afeição, meiguice, estima. Quem recusa uma carícia, certamente é um insensível, não tem coração. E a recíproca é verdadeira, ao analisarmos uma pessoa fria, que não se sente estimulada a oferecer carícias.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.