“Máscara”

Muito interessante o tema levantado pela roqueira Pitty na sua música “Máscara”, lançada em 2003. É uma crítica aos que se deixam influenciar pela pressão dos conceitos da sociedade, e que se comportam sempre na intenção de parecer uma pessoa agradável aos olhos dos outros. Perdem a identidade e vestem uma máscara para cobrir a sua verdadeira personalidade.

“Diga, quem você é me diga/Me fale sobre a sua estrada/Me conte sobre a sua vida”. Interpela o interlocutor sobre as características que formam seu caráter verdadeiro. Pede que lhe conte a sua história de vida, porque assim poderá conhecê-lo melhor. Somos produtos das nossas origens, das nossas ambiências e das nossas experiências. Conhecendo os caminhos que você percorreu, podemos avaliar suas qualidades e suas imperfeições.

“Tira, a máscara que cobre o seu rosto/Se mostre e eu descubro se gosto/Do seu verdadeiro jeito de ser”. Jogue fora a hipocrisia estabelecida pela sociedade e seja você mesmo. “Tire a máscara”, mostre sua verdadeira face. Não faça das falsas aparências uma forma de enganar sobre quem você é. Só assim, fala o “eu lírico”, poderei enfim decidir se o “seu jeito de ser” é compatível com a minha forma de enxergar e julgar as pessoas que gosto.

“Ninguém merece ser só mais um bonitinho/Nem transparecer consciente, inconsequente/Sem se preocupar em ser, adulto ou criança/O importante é ser você”. Muita gente se ilude com a apresentação pessoal conforme os conceitos de beleza determinados pela sociedade. A artificialidade do mundo estimula as pessoas a se transformarem, escondendo sua autenticidade. Não adianta fingir, ser diferente do que realmente é, agindo de acordo com as circunstâncias.

“Mesmo que seja estranho, seja você!/Mesmo que seja bizarro seja você!”. Ainda que, aos olhos do outro, você apareça como alguém que possui defeitos, procure ser você mesmo. Embora sua imagem possa ser considerada bizarra no julgamento social, não se envergonhe de ser autêntico, genuíno.

“Meu cabelo não é igual/Minha roupa não é igual/Ao meu tamanho não é igual/Ao seu caráter não é igual/Não é igual, não é igual”. Somos sujeitos de nossa identidade, cada um com suas características próprias. Ninguém é igual ao outro, nem deve procurar ser. Nossas diferenças estão na cor dos cabelos e da pele, no modo de se vestir, no nível cultural, nas posturas, na maneira de se expressar e de se comunicar. Em suma, o importante é ter a consciência de que cada um de nós tem a sua própria identidade e ela deve ser preservada.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
 

 

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