O destino político de Luiz Couto

{arquivo}É uma questão apenas de tempo. Nas próximas horas, o deputado federal Luiz Couto anunciará o apoio pessoal à candidatura de Estelizabel Bezerra, do PSB, em detrimento da candidatura de seu partido, o PT, na pessoa do deputado estadual Luciano Cartaxo.

Para amigos íntimos, Couto argumenta que esta decisão é de foro intimo, mesmo sem explicar absolutamente nada a real motivação para um ato político, que definitivamente descontruirá sua trajetória de coerência. 
 
A atitude de Luiz Couto terá vários desdobramentos. Um deles é a festa incomum que o governador Ricardo Coutinho fará com este anuncio, pois, vai tratar o fato como conquista extraordinária na atual fase da campanha, embora a decisão do deputado esteja enfraquecida porque perdeu o apoio da maioria de seus aliados, simbolizado entre eles  no presidente do PT da capital, Antônio Barbosa. Luiz anda solitário em termos de apoios desprovidos de circunstancias.
 
A decisão de Luiz também será festejada por Júlio Rafael que, comandando amigos / aliados, como Francisco Linhares, Walter Aguiar (licenciado), Fábio Andrade, Carlos Alberto e poucos mais, vai  encantar o sentimento de RC, mas criando uma grande crise de relacionamento  junto ao PT Nacional construindo um clima insustentável para se manter no partido porque poderosos  ex-aliados seus, como Lula e Zé Dirceu,  já dizem coisas impublicaveis sobre ele.
 
O presidente da Comissão de Ética do PT Nacional, Rochinha, por exemplo,  previu isso em contato telefônico conosco nesta Terça-feira.
 
Tem mais: Couto nao poderá usar o PT e os espaços no Horário Eleitoral para reproduzir esta sua atitude. Vai se engajar, no máximo, nos arrastões e nas rearrumações de relacionamentos sem a confiabilidade que tinha junto a aliados históricos.
 
Se isto é verdadeiro, decisivamente o digno deputado federal Luiz Couto abandonará  de vez suas bases mais consistentes, vai se desconfigurar enquanto líder forjado nas lutas do PT – logo pegara a pecha de Traidor – condicionante mortal para quem vive de política partidária e, pior, fará tudo isso em nome da lealdade ao governador Ricardo Coutinho, ao invés do PT.
 
Calma! Calma! 
 
Não entro no mérito da escolha de Luiz Couto porque ele é adulto e sabe o que faz. Mas, leiamos o que me disse o presidente da Comissão  de Ética do PT Nacional. ” Não acredito que Luiz Couto traiará o PT e, além disso, em favor de Ricardo, quando ele (Couto) ao lado de Júlio Rafael, foram os que mais perturbaram o PT Nacional, a mim, ao então presidente Zé Dirceu,  exatamente para expulsar Ricardo de nosso partido porque ele nao tinha condições de continuar do PT” .
 
Em síntese, Luiz Couto constrói diante deste cenário um fato a ser explorado pelo PSB como extraordinário, mas que na pratica, será o seu fim partidário, seu fim de coerência ( e de vida) política. 
 
Pior: construindo as condições para que seus Mozarts ocupem o lugar que ele nao teve condições emocionais e psicológicas de resolver como cultura política. Extrapolou e jogou tudo dentro de uma vala comum.
 
Uma pena, porque Luiz Couto de fato construiu um patrimônio moral incomum, agora questionado se vier a adotar o que tem dito se nivelando num patamar nunca imaginado. Infelizmente, para baixo. 
 
Faltou-lhe (ou lhe falta)  grandeza e a lição sobre o significado do perdão – isto na relação com os resultados do PT,  sob o sorriso fatal de quem  lhe foi algoz e hoje o tem como fantoche político.

A razão do deputado

As disputas internas do PT invariavelmente criam inimigos “ quase mortais” onde inexistiam. Na Paraiba e em João Pessoa, particularmente, não foram diferentes os fatos e as vontades do conflito moral.

Quando venceu a eleição na disputa estadual contra Luiz Couto, além da ira do deputado, Rodrigo Soares até procurou-o por algumas vezes mas sem espírito desarmado nada anda.

Agora, recentemente, Luciano Cartaxo como candidato a prefeito poderia ser mais enfático – não se deixando levar pela política de intriga – até fez algo, mas sem a dimensão do que Luiz Couto precisava e precisa para ser prestigiado à altura.

Se isto for possível, só depende Cartaxo, embora a realidade diga o contrário. Cabe ao candidato.
 
ÚLTIMA
 
“Cada um/  dá o que tem…”
 
 

 

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