{arquivo}A decisão do Partido dos Trabalhadores, ontem, de eleger a maioria dos delegados do diretório de João Pessoa em favor da tese da candidatura própria com 261 votos de vantagem representa uma somatório de valores em torno do processo alterando fortemente o contexto sucessório na Capital.
A primeira das repercussões tem foro interno,que é a retomada da militância petista como não se havia mais falar. Isto,entretanto, não implica em unidade imediata porque os filiados favoráveis à aliança com o PSB devem demorar a se incorporar na nova realidade. Só que, como nos disse o observador do PT nacional, Jorge Coelho, “não há mais espaços para dissidência porque o resultado legitimou uma decisão partidária e é preciso respeitá-la”.
Antes de chegar no efeito do resultado na sucessão municipal, entendamos o resultado como o primeiro duro recado ao governador Ricardo Coutinho de que ele já não manda no seu ex-partido até porque a resistência ao seu modelo e postura no trato com os partidos e a sociedade granjeia reprovação.
Segundo, a decisão do PT fragililiza fortemente a pré-candidatura de Estelizabel Bezerra não só em termos de apoio ideológico, como de tempo de rádio e TV. Se bem que a perda maior mesmo foi de palanque qualificadol E isto lhe diminui. Danado é que ela queria o resultado petista como presente de aniversário, mas este gosto ela não pode provar.
No campo da conjuntura, ainda falta a ratificação dos delegados no próximo dia 25, entretanto, mesmo admitindo a possibilidade do deputado federal Luiz Couto de ser candidato, a tendência mesmo é de candidatura do deputado estadual Luciano Cartaxo – nome em ascensão não só partido como na preferência das pesquisas hoje já aparecendo com 14%, portanto, com chances reais de disputa da Prefeitura da Capital.
Jorge Coelho também nos assegurou, em demora conversa, que o PT dispõe de dados sobre a sucessão pessoense apontando Luciano comviabilidade especial tanto que a direção nacional vai investir tudo o que for possível para vê-lo prefeito de João Pessoa.
Há que se admitir, ainda, que a disputa com a inserção de Luciano ganha outros contornos diante ainda das pré-candidaturas do ex-governador José Maranhão, do senador Cícero Lucena, de Estelizabel e do médico Ítalo Kumamoto porque no quesito importante da rejeição ele é quem menos aparece com índice pequeno, além do mais esboça um manequim dentro das tendências sociais do momento: tem discurso, projeta um conjunto de propostas propositivas, expõe com clareza, dispõe de perfil físico positivo e, mais do que isso, pode tratar Lula e Dilma para seu palanque como reforço extraordinário e decisivo.
O PT, de fato, saiu do armário co-adjuvante para ser a expressão de um projeto político – administrativo relevante na cena da Capital.
Dados emblemáticos
O resultado no PT mostrou que o governador RC e o deputado federal Luiz Couto já não são majoritários, imbativeis nos antigos redutos do Bancários e Mandacarú, respectivamente, porque perderam nessas bases eleitorais.
É fato relevante.
O samba de Beth Carvalho
Petistas ligados à tese da candidatura própria passaram a noite inteira cantando um refrao de antigo sucesso na voz de Beth Carvalho, que diz:
– Você pagou com traição/ a quem sempre lhe deu a mão”.
A categoria de Adalberto
Quem pontificou nos bastidores da disputa petista vindo de Brasilia foi o ex-presidente estadual, Adalberto Fulgêncio. Foi estratégico e decisivo para o resultado conhecido. Mas nem por isso deixou de ser sereno e conciliador diante da ira de ex-amigos.
Cresceu.
ÚLTIMA
“Todo esse amor repremido/ esse grito contido/ esse samba no escuro…”
