O adeus a Jocemar, ainda a Folia e o futuro

{arquivo}Quando o ataúde de Jocemar Chaves desceu coberto pela bandeira do Auto Esporte no mausoléu da família no Cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa, bem que ensaiei, cá comigo, um discurso de última homenagem a um dos mais legítimos representantes da cultura popular, a partir de João Pessoa, sobretudo o Carnaval – sua grande paixão.

Mas me intimidei, nem sei porque, diante de um grupo pequeno de familiares e amigos no último adeus, entristecidos com a morte desse personagem e mito.

Conheci – o, na verdade, por conta do Carnaval. Poucos sabem, mas meu avô, Severino Cândido (in memorian) foi quem sugeriu e viu aprovado o nome da Escola “Malandros do Morro” numa reunião histórica no final dos anos 50. Na sequência, Antonio Cândido (meu pai, in memorian) presidiu a agremiação por dois mandatos.

Portanto, é desta fase de criança, ainda no bairro da Torre, que via e ouvia falar de Jocemar como homem inteiramente dedicado ao carnaval, assim como às festas juninas (quadrilhas), etc. Vivia dos folguedos, do bloco Santa Emilia, de Jaguaribe, como das escolas de samba, orquestras de frevo, etc.

Nos últimos dois anos, foi ele quem produziu o Estandarte do bloco “Confete Serpentina”, assim como a decoração de rua com sua arte incansável de produzir elementos de enfeite e animação nos bairros e Centro Histórico de João Pessoa fazendo o carnaval se transformar em alegria coletiva.

Pois bem, a partir de hoje esse fazedor de encantos passou para um plano superior, divino, sem mais compartilhar conosco a dor e sofrimento comum aos carnavalescos que se dedicam aos festejos e são tratados a pão e ló, com humilhação permanente, para satisfazer o desejo e alegria de uma comunidade, de toda a cidade.

É este símbolo que, como muitos dedicados cidadãos e cidadãs do carnaval de João Pessoa, buscava apenas respeito e condições dignas de viver bem com sua arte e sua família. Fez o que pode – e todo o feito é a expressão de um Líder popular forjado na luta para querer apenas ser feliz e fazer a felicidade alheia.

UMA CENA BOA

A presença do governador Ricardo Coutinho no velório de Jocemar, em Jaguaribe, merece registro porque significa respeito e culto a uma figura popular de expressão.

Cumprimentou a viúva, outros familiares e alguns populares, demorou um pouco por perto e se foi. Desta feita, diferentemente de quando era deputado e prefeito na primeira gestão, não quis buscar o cumprimento de todos.

UMA CENA RUIM

Palavras de um político presente ao velório: o presidente do Folia de Rua, Bola Nonato, cumprimentou o governador e indagou a ele quando e como o Governo iria ajudar à Associação, já que faltava pouco tempo para a Versão 2012.

Ricardo teria dito: “Não sei se vamos participar do Folia este ano. Vou conversar com Luciano (prefeito de João Pessoa”.

Nunca se pensou que quem mais recebeu apoio majoritário do Folia de Rua um dia em Pleno Poder tratasse essa gente dessa forma.

Mas é a vida.

EM TEMPO

Já já traremos notas e comentários sobre política – os bastidores da aldeia. Campina fervendo.

ÚLTIMA

“Cadê a alegria/ a fantasia que você guardou…”

 

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