{arquivo}BRASILIA – Na Capital Federal, longe do fogo cruzado de interesses entre aliados ou adversários do ex-governador Cássio Cunha Lima, perdura entre muitos analistas do mundo do Direito um grau de incompreensão sobre o que pode estar motivando tamanho tempo arrastado no Supremo Tribunal Federal para que se tenha concluído o processo envolvendo o líder tucano na luta hercúlea que trava para assumir o Senado Federal.
Há controvérsia, é verdade, mas sem tamanha sustentação diante de dois fatos consolidados: em maio o Supremo validou o registro de candidatura de Cássio e, muito antes disso, a sociedade paraibana promovera a escolha pelo voto livre e soberano de sua pessoa como um dos dois senadores da República pelo estado da Paraíba.
É difícil abordar o assunto, sobretudo quando nos falta informações mais consistentes para explicar nos bastidores o arrastamento processual, mesmo sabendo que são vários os agravos (as medidas com caráter procrastinatórios) a se efetivar no contexto.
Mas, em que pesem os recursos, está na norma jurídica conhecida a projeção de que eles (os agravos) não têm força legal para estancar a decisão suprema do STF em caso rumoroso, mas ainda a exigir consolidação nos próximos tempos.
O que motiva, de fato, a demora na tomada de decisão? O problema de saúde real em torno do Ministro Joaquim Barbosa justifica a lentidão processual mas, em casos assim de impedimento involuntário, seria inoportuno a Corte gerar as condições de suprir a deficiência com outra alternativa legal?
O fato é que o ex-governador Cássio acumula o sentimento de impotência, às vezes até convivendo com desencantos diante da perda já acumulada de nove meses continuados ( quatro, de maio para cá) de mandato mas, mais na frente, possa ser que em resgatando o mandato legitimo, alguém do povo possa até bradar aos quatro cantos: “quem vai pagar por isso?”.