Ainda que reconheçamos o esforço do ex-presidente Lula em diminuir os índices de desemprego em nosso país, especialmente entre os jovens, não podemos deixar de constatar que continuamos sofrendo desse mal. Temos nos mostrado incapazes de promover ocupação produtiva para
todos os que se interessem e precisem entrar no mercado de trabalho.
Acreditava-se que com a estabilidade da inflação alcançada em 1994, essa situação se tornaria mais favorável. Ledo engano. Conseguir o primeiro emprego continua sendo um desafio. Contamos hoje com uma população de mais de cinqüenta e um milhões de jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, segundo dados do IPEA – Instituto de Economia Aplicada.
A cada cinco jovens dessa população um está desempregado, o que representa uma taxa de vinte por cento de desemprego, considerada muito alta para um país em fase de desenvolvimento. O despreparo, a baixa qualificação, é o principal problema para ingresso desses jovens no mercado de trabalho.
Os governos precisam assumir a responsabilidade na formação de novos profissionais, investindo mais na qualidade da educação, principalmente nas camadas mais carentes. Com certeza aumentaríamos o nível de empregabilidade no país. O Estado deve pensar e implementar políticas públicas que ofereçam condições de inserção dos jovens no mercado de trabalho. Afinal de contas eles precisam verdadeiramente afirmarem-se como os construtores de uma nação em desenvolvimento.
Louvável a iniciativa do deputado Domiciano Cabral ao apresentar na Assembléia Legislativa projeto de lei que estabelece incentivo fiscal destinado a estimular as pessoas jurídicas domiciliadas no âmbito do Estado da Paraíba para que, na condição de empregadoras, gerem novos postos de trabalho para o primeiro emprego de jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos, de forma que estes constituam ao menos trinta por cento do seu quadro de pessoal.
A sociedade contemporânea não pode mais conviver com essa preocupação, sempre assustada com o fantasma do desemprego. O Brasil precisa dessa força de trabalho, bem qualificada, e a população necessita da oferta de mais empregos, em especial a primeira oportunidade de trabalho.