A classe política paraibana deu mais ouvido e holofote nesta quinta-feira à presença do presidente do DEM nacional, senador José Agripino, presente na capital paraibana para discutir o futuro do partido, da mesma forma que, em Campina Grande, tomou vulto o saldo da entrega pelo prefeito Veneziano Vital da ampla reforma feita no Teatro Severino Cabral.
Enquanto isso acontecia, na sede central da Caixa Econômica Federal um pequeno grupo de pessoas em torno do governador Ricardo Coutinho e o superintendente em exercício, Celizo Bezerra Filho, celebravam o primeiro contrato assinado pela CEF em nível nacional, referente ao PAC II. Foram 67 milhões assegurados no caixa do governo.
Chamou a atenção da Coluna não o volume dos recursos, mas a forma e o contexto em que tudo isso aconteceu. O governador chegou com poucos secretários e nenhum deputado estadual, como de sorte sempre foi de acontecer em atos solenes como este, anteriormente. Acrescento: Ricardo nem deu conta das ausências, apenas quebradas com a chegada de João Gonçalves no final da cerimônia.
E ele nem estava aí, como se diz na Torre. Depois do blábláblá da solenidade, sentou à mesa com os técnicos da CEF e seus auxiliares (Ricardo Barbosa, João Azevedo, Emilia Correia Lima e Deusdete Queiroga) passando boa parte do tempo discutindo os rumos dos projetos.
Este aspecto, aparentemente sem significância, tem demais porque expõe um novo modelo de gestão administrativo – política implementada pelo governador com ações efetivas sendo tocadas independentemente do humor da classe política que, se tivesse oportunidade, certamente lhe geraria (ou gerará) dificuldades.
Só que Ricardo não está nem aí para esse desconforto dos políticos porque resolveu centrar foco na gestão de resultados cobrando exageradamente da equipe visando operar muitas ações capazes de lhe render dividendos políticos na relação com a sociedade.
É uma ação de risco, tem-se dito com freqüência, porque seus passos e ações precisam estar sempre acertando, uma vez que sem isso pode amargar embaraços e descortesias dependendo da popularidade do governo.
Este é Ricardo Coutinho, sem tirar nem por, ou seja, ou a classe política se acostuma ou se acostuma porque não tem outra hipótese, pelo menos a curto e médio prazos.
No atacado, longe do varejo
Não é só quem anda próximo do governador quem define: a constatação feita ao longo dos Cento e poucos dias é de que a ação de governo se volta para buscar atingir o atacado, as grandes obras e ações, sem descer ainda ao varejo das reclamações individualizadas.
A relevância do Severino Cabral
Justiça seja feita: a ampla reforma promovida por Veneziano Vital no Teatro Severino Cabral ficou supimpa, jóia jóia – como falam os maloqueiros da Torre e de Zepa. A cultura da Paraíba, de Campina em particular, merece investimentos desta monta porque não se pode falar em dinamismo na arte paraibana sem que as cortinas daquela casa de espetáculo não estejam abertas à produção nacional.
Fiquei feliz com a presença de Elba Ramalho na reabertura, nesta sexta de Emilio Santiago, mais na frente de Geraldinho Azevedo, certo de que tantos outros grandes da nossa música e de outras manifestações possam ser também contemplados.
TJ: por que não pagar os precatórios
Já são muitos, incontáveis, os casos e/ou relatos de pessoas com causas ganha na Justiça estadual, em algumas situações já transitadas e julgadas, mas não tem jeito de fazer o Tribunal de Justiça determinar a quitação de tantos Precatórios movidos em ações distintas.
Nesta quinta-feira algumas das requerentes se queixava de estar constatando governos diversos, entre eles de Joao Pessoa, fazendo depósito freqüente dos precatórios para fazer jus na hipótese de ganho de causa, mesmo assim o TJ se mostra insensível.
A pergunta que não quer se calar é a de muita gente: por que isso acontece? A quem interessa?
Umas & Outras
…Ainda ressoa o efeito quando da citação nominal do ex-governador José Maranhão na solenidade de Campina Grande. Tem gente que considera o eco como sinal de quem vai disputar a Prefeitura de João Pessoa.
…O deputado federal Manoel Júnior não ouviu porque está em viagem fora do País.
…Cássio, enfim, se acostou no apoio a Ricardo quanto à relação do governador com Veneziano. Provocará faíscas.
…O ex-deputado Major Fábio esteve presente à comitiva que recepcionou José Agripino e ACM Neto. Parecia desconfortável.
ÚLTIMA
“Eu dou a minha face pra bater/
Mas se quiser pode beijar…”