{arquivo}Quem foi ao bloco Cafuçu, no Centro Histórico de João Pessoa, pode atestar nesta sexta-feira a presença de uma multidão bem humorada ocupando as ruas e praças históricas com irreverência especial. As praças Dom Adauto e o Ponto de Cem Réis, além das ladeiras e a Praça Antenor Navarro que o digam.
Ninguém duvida da dedicação extrema dos organizadores do bloco, mesmo que seja possível refletir e contribuir na direção de futuro apontando questões claras e possíveis de melhor trato para usufruto coletivo dos foliões.
Cremos que a decoração e a distribuição de som para o tamanho de gente espalhada pelos lugares merece uma rediscussão interna dos organizadores.
Por exemplo: quem estava na parte próxima do Pio XII não ouvia do que era apresentado na palco instalado defronte ao prédio do Padre Zé. Um, dois, três PAs resolveriam numa boa a audição geral dos foliões.
Outro aspecto: a proximidade entre as Praças Dom Adauto e Ponto de Cem Réis gerou um fluxo de muita gente mas, como o percurso é curto para as orquestras levarem os foliões de um lugar para outro eis que, por modo próprio sem nenhuma intenção banal, mas de resgate mesmo, diversas orquestras terminaram seguindo pelo percurso original passando pelo beco da Catedral, seguindo pela General Osório, beco do INSS, Rua da Areia até a Praça Antenor Navarro – onde lá estava outra multidão.
Em síntese, tudo cresceu e já comporta uma convergência bem resolvida entre bloco, Folia de Rua e a Prefeitura para que tenhamos todos os Pólos, incluindo a Antenor Navarro, numa boa com muita gente em todos os lugares.
Conhecimento de causa não falta a nenhuma das partes, embora a birra besta e política atrasada entre egos atrapalhe a construção de uma programação harmonizada.
Nossos dirigentes, todos sem exceção, precisam superar a fogueira de vaidades, disputa política sem sentido e estabelecer um Folia de tamanho e qualidade sem igual. Eis o maior desafio para 2012.
A Nota triste
No bloco, ouvi pessoas lamentando o anuncio pelo animador e grande produtor Buda Lira de que no próximo ano o Cafuçu estará desfiliado da Associação Folia de Rua.
Ele não cita razões que, mesmo existindo, não justifica a construção do divisionismo puxado lá atrás pelas Muriçocas do Miramar. Se a questão é de questionamento sobre a gestão da entidade, o caminho não é sair da Igreja e montar outra, senão discutir uma forma de realinhamento para se chegar ao resultado pretendido.
Além do mais, apesar dos pesares, Bola Nonato tem enfrentado uma barra danada, mas segurando a onda em favor dos blocos.
Em síntese, nesta questão de agora Buda contribui com a desconstrução desnecessária e improdutiva como é a cultura divisionista da Paraíba, que não se desgruda de 1930 – onde predominava Perrepistas e Liberais.
Mas ainda há tempo de se rever e retroalimentar a unidade da Folia. Juízo foi feito para ser utilizado plenamente.
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“No passo dessa banda/ eu vou atrás…”