{arquivo}Deu para perceber nitidamente nas falas e conversas de bastidores na diplomação,ontem, pelo Tribunal Regional Eleitoral dos eleitos nas eleições recém concluídas – ainda com a pendência em torno do caso de Cássio Cunha Lima mais votado, mas ainda afetado pelo projeto Ficha Limpa – que há uma expectativa enorme sobre o que a Paraíba passará a viver a partir de primeiro de janeiro com a posse do governador eleito Ricardo Coutinho.
Ele próprio, com seu estilo diferente de conduzir a política, nutre esse clima de ansiedade dentro do seu arco de alianças, mas, sobretudo, na sociedade como um todo.
Ricardo passa a sensação de que, de fato, começa um novo ciclo político no Estado a partir da constatação de que a geração de seu competidor e adversário José Maranhão já não vislumbra condições de disputar novo mandato majoritário, especialmente para o Governo.
Em que pese a lógica explorada e projeção da possibilidade de dedicação que terá para tentar fragilizar Maranhão internamente na Oposição, é ilógico não admitir que o governador vai continuar fazendo política ainda não se sabe de que tamanho, mas em principio de liderança principal.
Mas, em que pese esses ditames dos bastidores políticos, o fato é que Ricardo Coutinho foi ungido ontem à condição formal de maior autoridade política do Estado com desafios enormes para enfrentar e tentar imprimir uma nova marca de gestão e de resultados, como tanto se fala por aí.
Abstraindo leituras da campanha, recém passada, Ricardo ascende ao topo do comando política na Paraíba gerando a aura estadualizada do que fez em João Pessoa, enquanto prefeito, formatando uma administração de impacto e ressonância positiva por feitos que ecoaram em todo o Estado. É este perfil que impressiona e faz parte do imaginario dos cidadãos comuns se espalhando como esperança de agora em diante.
Pela primeira vez, nos últimos tempos, um socialista de histórico abalizado à esquerda se depara com as condições de efetivamente gerar um novo ciclo político e administração na gestão do Governo, ou não, pois dependerá muito de seu senso republicano de saber na pratica tratar as diferenças, inclusive no campo da política, com altivez e pluralidade deletando a perseguição comum na cultura partidária de nosso Estado.
Há, concluindo, um clima propicio em torno de Ricardo aspirando relações elevadas, políticas públicas priorizando o interesse coletivo, projetos de desenvolvimento efetivo de nossas vocações e, sobretudo, a melhoria de vida dos paraibanos, especialmente dos que mais necessitam e vivem à periferia da cidadania.
Em sintese, há que merecer votos de confiança por tudo o que representa de conquistas pessoais, afinal não poderemos viver em “guerra política” 24 horas no ar, afinal como disse em discurso tudo passa pela educação.
Lembranças de um histórico militante
Quando chegou na Estação Ciência, local da diplomação, ao lado do vice-governador eleito, Rômulo Gouveia, e do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, Ricardo Coutinho encheu o peito de ar e de orgulho por alcançar um sonho de um jovem militante de esquerda, antes impossível, mas concretizado à sua maneira como jamais se imaginaria 25 anos atrás.
Há 30 anos, mais exatamente, no movimento estudantil do curso de Farmácia da UFPB, das lutas do CRF ampliadas para os grandes debates estudantis, profissionais e, em maior grau, pela redemocratização do Pais – exatamente nessa aura surge o militante agora ungido à condição de governador.
Ricardo auferiu à sua obstinação um histórico de vitórias, mesmo com contestações promovidas por seus contendores desde farmácia, PT – onde provocou o maior furacão interno e por não ver as condições na sigla de Lula para formatar o projeto de governador acabou criando à sua maneiras essas condições no PSB de Miguel Arraes e Eduardo Campos alijando do caminho as contestações possíveis.
O fato é que ele agora é Case e, mais do que isso, passará a enfrentar maiores desafios precisando cuidar do ego para não afetar o seu futuro promissor.