Outro dia, em Brasília, o governador eleito Ricardo Coutinho nos revelou que estava consciente de que iria se deparar com uma pedreira enorme precisando encará-la e até quebrar pedras para dar rumo ao futuro do Estado.
A metáfora de Ricardo, mesmo sem ele tratar claramente sobre que itens se configuram como essência dessa pedreira, faz sentido diante dos primeiros números e situações a enfrentar.
Dias atrás, o Procurador Geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro, deixou evidente a posição do Ministério Público recomendando que o Executivo exonere, afaste definitivamente, cerca de 30 mil pro-tempores (contratos emergenciais).
De pronto, o chefe da Casa Civil, Inaldo Leitão, disse que o governador José Maranhão não demitirá ninguém, logo foi preciso um dos membros da Transição, Walter Aguiar, anunciar novos entendimentos com o Ministério Público porque o Governo Ricardo não quer assumir o ônus da medida antipática.
Mas, se reparar bem, são muitos os Pepinos para Ricardo descascar nessa esfera de Pessoal porque a PEC 300 está sancionada pelo governador Maranhão, mas certamente que sua aplicabilidade não será possível, como imaginado, porque a Folha de Pessoal já extrapolou o limite constitucional da Lei de Responsabilidade Fiscal, logo qualquer manutenção do ‘status quo’ pode punir o governante de Plantão.
Na prática, significa dizer que Ricardo vai precisar sentar à mesa com a categoria de policiais desde já sabendo que enfrentará forte resistência do segmento que, pouco se importa com a conjuntura, e certamente buscará a implementação da PEC embora não haja condições financeiras para tal.
Tem ainda o caso dos Defensores Públicos, cujo projeto de implantação de novo Plano de Cargos e Carreira prevê reajuste salarial – razão pela qual houve o fim da greve da categoria – só que o presidente da CCJ, Zenobio Toscano, ligado a RC, já se posicionou contrário em face do aumento da despesas, portanto, nova crise deve estar em curso.
Como se vê, Ricardo está diante de um cenário de futuro muito preocupante, aliás além da conta.
