BRASILIA – O governador do Estado, José Maranhão, e o governador eleito, Ricardo Coutinho, tiveram uma chance ímpar de abrir os primeiros entendimentos sobre a transição real, de fato, entre as duas estruturas – a que sai e a que entra – nesta quarta-feira, mas o sentimento republicano perdeu para a parte da vaidade comum entre homens de brios fortes montados em suas posições.
Tudo aconteceu no inicio da tarde na recepção do Meliá, um dos mais bem freqüentados hotéis de Brasília, quando Maranhão adentrou ao ambiente e num dos sofás sofisticados lá estava Ricardo se preparando para a reunião em seguida com a Bancada Federal.
Criou – se aquele suspense, alguém até lembrou dos tempos de Alfred Hiticock, mas tudo não passou de um mero cumprimento protocolar. Maria Júlia (in memorian) visse uma cena assim diria na bucha: está insosso, ou seja, faltou sal nas relações para vitaminar a capacidade dos homens de superar suas vaidades.
É evidente que nada deslustrou a ambiência, mas cá com meus botões, acho que, sem tantas testemunhas, não seria nada de outro mundo um aprofundamento mínimo de conversa entre eles mostrando a intenção de cada um em exercer seu papel até o último momento com respeito e civilidade.
– Olha, estou deixando claro que…- diria um; Mas fique certo do meu intento de contribuir…- responderia o outro. Só que este diálogo cinematográfico só ficou na cabeça dos cinéfilos e dos amantes da diplomacia nacional e internacional.
Lá no bairro da Torre, José Dimas de Medeiros teria ido direto aos dois, se lá estivesse, e pediria para dar um ‘esquente’ – sacudida comum e preliminar antes de qualquer jogo – para evitar contusões nos astros em campo.
Mas, sem Dimas por perto nem vontade manifestada, o esquente não aconteceu para frustração da diplomacia tabajara.
Agora é olhar e transportar tudo para até sexta-feira.
Nonato, Pombal e Cuba pós Fidel
Os teóricos da filosofia pós-neo-liberalismo-estatizante – alguns até encrostados no Serrado mas com origem na Torrelândia, reverberam dentro e fora da Paraiba que a escolha do futuro Secretário Nonato Bandeira de curtir as merecidas férias em Cuba, na fase já de abertura de Raul Castro, é sinal de tempos e ventos modernos.
A base socialista na Ilha continua a mesma, fechada e movida à liberdade vigiada,mesmo sem câmara nem TV, embora a supremacia da medicina, da educação e da auto estima cubana parecem ter feito bem ao Estrategista Cinquentão.
A dúvida é saber como Nonato está absorvendo a “abertura’ e convivência com os dissidentes e, se isso, pode ou não mexer no seu juizo transportando a metodologia de distensão para os ares tabajaras.
Se bem que, dizem os mais próximos, o neo-Golbery dos tempos modernos já nao quer mais pegar em fuzis porque hoje a guerra se dá com outros instrumentos.
Seja o que for, aguardemos na volta o relato do pombalense amante dos avanços de Cuba porque, fora do Rum, o cancão vai piar.