Embora venha tratando com algum desdém e somenos importância a denúncia feita pela presidenciável Dilma Roussef de que o engenheiro Paulo Preto desviou R$ 4 milhões da Rodanel para fins partidários não contabilizados – algo que se caracterizaria como crime – , o presidenciável José Serra ainda precisará tratar com mais profundidade e melhor explicação este sério assunto abordado a partir do debate da campanha presidencial.
Na verdade, Serra passou 48 horas para responder ou tratar da questão, muito séria por sinal, e quando falou pela primeira vez disser ser factóide, algo criado para encher espaços na Imprensa.
Não é bem isto o que acontece, tanto que o presidenciável resolveu abordar novamente, ainda que superficialment,e o assunto nesta segunda-feira dando a seguinte explicação:
– Vamos deixar claro. A candidata Dilma Rousseff chegou no debate e disse que tinha havido um desvio de R$ 4 milhões na minha campanha. Ou seja, que alguém contribuiu e não chegou à minha campanha. Isso não é verdade. Ele não fez nada disso. Ele é totalmente inocente. Eu não pude responder no dia, porque ela aproveitou o final de uma fala e depois entrou outro assunto. Isso são factóides feitos para pegar na imprensa. Alguns funcionam, como estamos vendo agora. É um factóide que deu certo. Ela tentou dez, um ou dois acabam pegando – afirmou Serra.
A explicação de Serra merece fé de oficio por tudo o que ele representa, mas está distante de ser a ultima palavra do Testamento. Aliás, se não encontrar resposta mais convincente poderá afetar fortemente a sua campanha presidencial porque certamente que outros desdobramentos haverão de vir, até porque a sua adversária diz dispor de dados comprometedores.
Em síntese, ninguém pode fazer juízo de valor precipitado diante de um homem público com a dimensão do ex-governador de São Paulo, mas nem por isso ele está imune, infenso a se explicar bem direitinho porque pode, além de perder a campanha com este fato, se liquidar de vez e para sempre da cena política.
Lá na Torrelândia, os meninos costumam dizer que “quem muito mexe com pedras um dia uma cai na cabeça”. Será o caso?
A sorte dele, pelo menos na conjuntura, é que dispõe de complacência dos principais grandes veículos de São Paulo e Rio, mas é bom não brincar com a sorte, sobreduto agora quando experimenta reaçao de crescimento na campanha.