Duda, mano querido, deu um cocorote no meu quengo nesta sexta-feira de Natal à lá Roberto Carlos diante de meus olhos embevecidos plugado na Rede Globo, quando resolveu me lembrar: o show do Rei anda repetitivo.
Até achei, mas nada consegue arrefecer a importância da bem-vinda repetitividade do artista exclusivo da Rede Globo em cada noite de Natal.
Entrou para o calendário nacional!
A produção a cada ano não é a mesma, todos sabem, na formatação estética de cenários, luzes, palco, sonorização, efeitos especiais, etc enfim toda uma estrutura típica de grandes shows Holywoodianos.
Não se vê nada parecido em termos de referência similar nas demais TVs, mesmo com a repetitividade observada por Hilton Cândido, vitorioso empreendedor paraibano.
Seja como for, são muitas as gerações grudadas no repertório mesmo quando meloso do Rei com seu modelito azulado a se reciclar numa questão: sempre atrai para o palco principal a onda popular da época sem preconceitos, como se deu elevando a banda Calçinha Preta (e sua estrondosa mediocridade aplaudida pela sucesso da novela global), Daniel, Ana Carolina e sua orquestra especialíssima.
Nos intervalos do show na Globo, comerciais da Prefeitura de João Pessoa revelavam a programação do Réveillon no Busto Tamandaré confirmando a presença magistral do grupo cubano Buena Vista Social Club e Barbarito Torres, lá pelas 22 horas do dia 31 culminando com Armandinho comTrio Elétrico Dodô e Osmar.
A bela e saudosa programação reflete bem o estilo Ricardo Coutinho de grudar seus passos com esse conteúdo à base de referências musicais de qualidade inquestionável, mesmo sem a mesma projeção popular de consumo como antes. É como se a essência ideológica prevalecesse na escolha dos artistas e seus significados, sobretudo quando se fala no famoso grupo cubano.
É esse componente que também se percebe na programação do Estação Nordeste- cujo conteúdo é muito forte em gerações como a minha mas forjada em artistas de referencia lá pra trás, à exceção de Pitty, etc.
Este é o estilo da música que vamos ouvir e acompanhar pela ótica de Ricardo Coutinho.
Longe desse mergulho ideológico, a assessoria do governador José Maranhão apostou suas fichas numa forma mais popular e mais próxima do modismo musical para apresentar aos cidadãos paraibanos interessados em participar do Réveillon na praia do Cabo Branco.
Não serei exagerado em prever públicos em excesso nas duas opções de Réveillon, mas creio ser redundante em apostar na presença maior de público no show da banda Calypso até porque anda mais em evidencia do que Armandinho e Buena Vista.
Eis a essência de dois caminhos distintos de tratar a música.