Os desafios de Chico César

A inserção do cantor, compositor e multimídia Chico César na presidência da FUNJOPE é das últimas novidades na área cultural umas das mais sobressalentes pelo significado de sua trajetória e prestigio que ele oferece à frente do cargo no diálogo com todos os atores de dentro e de fora da cidade de João Pessoa.

Ele é, como síntese, a figura de quem não precisa se apresentar para ser reconhecido na aldeia.

Reconhecimentos à parte Chico está com um baita desafio à frente porque gestão administrativa movida por muitos apelos políticos é bem diferente de administrar a carreira solo com decisões unilaterais de rápida aplicação.

Na cena pública o cenário é inteiramente diferente porque afora a necessidade de boa definição dos aspectos a constarem da política cultural – os pontos básicos de ação nos vários flancos – ainda assim há a necessidade de fatores outros como a captação de recursos próprios e externos, sem o qual nada anda, nada se concretiza.

A bem da verdade, a essência ideológica da gestão já está posta, ou seja, se presta a imprimir a política socialista numa etapa da história em que não há mais a radicalidade de direita e esquerda, o mercado existe sempre reclamado por parte da classe artística por pouca absorção, daí a presunção de muitos atores da cultura de que entidades como FUNJOPE servem para atenuar esse quadro de adversidades para sobrevivência do artista abrigando-os nos vários eventos.

Só que o papel da FUNJOPE não se limita a contratar aristas e/ou dar condições de sobrevivência da classe artística até porque, se fossem assim, o papel da fundação seria concorrer com o SINE – e esta não é tarefa principal da entidade.

Alem do mais, Chico César tenta produzir uma ponte imaginária entre seu significado atual com a fase passada de projetos tipo Fala Bairro – de essência política indispensável para a fase lá atrás mas agora necessitando de outra forma de aplicabilidade porque os tempos são outros, as reivindicações idem, da mesma forma que a expectativa dos vários atores – artistas e sociedade.

Por isso, quando Chico se dispõe a produzir a articulação entre tantos valores espalhados na musica, cinema, teatro, cultura popular, etc de nossa cena urbana e rural ( João Pessoa tem zona rural) precisamos identificar quais são as linhas de ação que ele pretende adotar no sentido de atender a demanda dos diferentes ambientes sociais da cidade – desde a periferia e seus valores até a beira-mar de outros legados também.

Como fica o Conselho Municipal de Cultura em termos de funcionamento real? Quando e quanto a Prefeitura pretende ampliar mais expressivamente os valores /recursos financeiros para Chico poder atender tanta demanda reprimida? De que forma sua articulação externa pode gerar atração de recursos adicionais vindos de fora incrementando nossos projetos?
A propósito, a quantas andam os entendimentos com a Cultura do Estado e o Minc para ações comuns? Quais as medidas já de agora para dimensionar projetos/ações da agenda normal da cidade (Festejos juninos, Festa das Neves, Carnaval Tradição, etc)?

São indagações como estas que devem tomar muito o quengo do catolaico mais importante da atualidade, agora provido de gestor de cultura, certamente a lhe gerar muitos desafios.

Para onde e como vai a Cultura da Capital paraibana eis a maior das atribuições. Voltaremos ao assunto.

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