SALVADOR – Não há uma única vez em que estando entre baianos e/ou soteropolitanos não me surpreenda com a formato de resultados dessa gente. Agora mesmo enchi os olhos de contentamento pela força política da Bahia perante a Corte Central.
De uma lapada só, a ministra Dilma Roussef assinou termos de contrato já licitado para recuperar 3.500 mil dos 4.200 KMs de estradas federais cortando o Estado de norte a sul, leste a oeste. Lá no bairro da Torre, qualquer menino diria: ficou faltando uma peinha de nada para resolver tudo de uma vez só.
Por osmose ou sei lá o que, volta e meia me pego comparando a boa luta dos baianos, pernambucanos, piauienses, cearenses, etc com a nossa de paraibanos em guerra sem fim e perda de terreno para os vizinhos.
Aliás, nem é bom fazer essa comparação agora porque, se for analisar historicamente, nos últimos 40 anos temos perdido posições anteriormente nobres e de vanguarda porque nossa luta virou força de caranguejo monstro andando para trás.
E isso nos afeta, gera sentimento dolorido e até um pouco de inveja ao ver a turma ao lado crescendo feito bicho grande.
A rigor, é a cultura de 30, do prazer da implosão do outro que nos arremeta ao atraso. Nos últimos tempos ocupamos nosso engenho implacavelmente em favor de fulminar o outro à frente. Incivilizados, ao que parece, desaprendemos que a guerra política tem hora certa de acontecer e, pior, perdemos o hábito de dialogar com os que pensam e agem diferentes de nós.
Fossemos mesmo democratas, sem nem precisar ter a categoria de Barack Obama e John MacCain, já teríamos construído um Pacto Político definindo 10 ou 15 Pontos básicos de obras e grandes projetos estruturantes com defesa comum e compromisso de todos darem continuidade sob fiscalização severa da sociedade.
Como boa parte dos nossos lideres dão ouvido em demasia às intrigas de alguns assessores resultado, a gente vai ficando velho com a consciência de que o tempo está passando sem que nossa elite política saia da zoada e ritmo de pião no mesmo lugar gerando atraso e perda de oportunidade para avançarmos mais consistentemente.
Mas, como me reportei inicialmente à Bahia, vejam que por aqui Jaques Wagner e Geddel Vieira Lima brigam forte para saber quem mais traz (leva) obras e projetos para usufruto do Estado adotando assim a lógica e o pragmatismo da política com P maiúsculo, de resultados efetivos em favor da sociedade.
É este sentimento exacerbado exposto pelos baianos que um dia quero estar vivo para ver e dizer que a Paraíba, enfim, encontrou o prumo da cultura decente longe do tempo perdido.
Quando? aí vamos ter que acompanhar e construir, porque sozinho ninguém vai à conquista coletiva tão pretendida.
Ainda a música de Gonzaguinha
Há uma estrofe da famosa canção do cantor e compositor que, sem esforço, cabe como uma luva na fase contemporânea do vice-prefeito José Luiz Júnior.
Diz a canção: …O homem se humilha/ se castram seus sonhos/ seu sonho é sua vida/ e sua vida é o trabalho/ e sem o seu trabalho/ o homem não tem honra/ e sem a sua honra/ se morre e se mata….
Juro que foi esse sentimento que captei na ligação telefônica às 22h12 desta sexta-feira.
De fato, Zé Luiz sempre mereceu um tratamento político decente.