Maranhão: uma outra leitura do cenário

Quem tem a oportunidade de conversar com o senador José Maranhão logo identifica sua alta ansiedade para assumir o comando das ações no Governo da Paraíba, agora pela terceira vez. Experiente, fala apenas o suficiente e, quando muito só próximo aos mais chegados, sempre se esforçando em não dar margens para fora à descoberta das suas grandes estratégias.

Já tem o esboço da equipe na cabeça, mas diz que não; possui informações extra-oficias sobre os recursos, além de obras e serviços em andamento, embora relute em tratar destes assuntos publicamente para não gerar falsas expectativas.

No máximo, fala em tese sobre metas conjunturais de avanço econômico, rearrumação de rota do Governo ainda, mas sem apontar as linhas e primeiras ações a tomar.

Em torno dele, contudo, gravitam entusiasmo, idéias, propostas, bajulação (muita por sinal) e um sentimento disfarçado de revanche, mesmo que ele tenha pregado nas primeiras entrevistas na direção da conciliação.

Nesta segunda-feira, o senador entrou em alfa irritação com a aprovação pela Assembléia Legislativa de Planos de Cargos e Carreira na meta do governador Cássio Cunha Lima, entre outras matérias, levando o líder do PMDB ao discurso áspero, azedo e condenador.

Maranhão considera, também informado por aliados, que está havendo um leilão nos cofres públicos como a querer inviabilizar a fase seguinte de sua administração, depois de publicado o acórdão no TSE.

Não polemizo com a estatura e importância de quem tem a experiência do senador, mas, enquanto é tempo, ainda é possível admitir posturas firmes mas embasadas em diálogos mínimos com o atual Governo para formular a transição em níveis menos traumáticos.

Em outras palavras, ao invés de produzir e priorizar apenas inúmeros discursos ásperos contra o Governo, ainda parece pertinente leva-lo (o senador) à constituição de uma equipe e/ou representante técnico da área econômico – financeiro para sentar com o Secretario de Planejamento do Governo Cássio, Franklin Araújo, que se dispôs a entregar os dados econômicos da atual gestão, mas até agora ninguém levou a sério essa possibilidade.

A rigor, não há no momento nada mais importante do que ter acesso aos dados do Governo – o que está sendo oportunizado, entretanto pouco se ouve – para assim poder formular um Programa de Governo à altura das aspirações dos paraibanos com informações consistentes.

Numa época em que Obamas sentam à mesa com MacCains, o senador bem que pode dar outro exemplo de conduta do processo e da transição porque chamar o adversário para guerra e troca de insultos puro e simplesmente já não mais resolve.

Experiente, repito, o senador sabe que a guerra só se ganha com guerreiros, mas a fase de gestão posterior não é comandada por guerreiros, mas por personagens condutores da razão. A emoção fica para outra hora e circunstancia.

Números divergem do discurso

O Governo do Estado ainda tem muita coisa para resolver, mesmo assim as estatísticas e números disponíveis para acompanhamento dos futuros gestores devem surpreender positivamente os mais afoitos em encontrar o caos na gestão estadual.

Tanto na esfera administrativa quanto financeira, os dados que a equipe do senador pode obter permitem a possibilidade de muitos investimentos, como por exemplo o contrato de R$ 360 milhões para saneamento básico, exatamente porque as contas andam de acordo com as determinações do Tesouro Nacional.

Nomes secretariáveis

Não é só Sales Gaudêncio e Marcelo Weick – nomes já confirmadissimos na equipe futura do senador. O engenheiro Francisco Sarmento também é outro a integrar a área de recursos hídricos, sem falar em Roosevelt Vitta, nome a constar entre 10 de 10 listas comentadas.

Não posso parar nesses nomes, enquanto vinculados ao mundo do direito, porque Jose Ricardo porto e Edisio Souto também incorporam a lista de cotados.

A ratificação da unidade possível

Poucos viram, mas o periscópio da WSCOM flagrou o governador Cássio e os senadores Cícero Lucena e Efraim Morais embarcando para Brasília na manhã desta segunda-feira de muita expectativa na Paraíba.

Durante quase três horas, os três falaram de tudo. Ao desembarcar, contudo, o tom das palavras era de resistência até a última instância do STF e, como estratégia, a manutenção da unidade.

Cássio se mantém muito abatido com todo o que está acontecendo. Os dois senadores são a cara da paciência e da estratégia tipo – “vamos esperar para ver”.

Umas & Outras

…O presidente Lula foi um dos primeiros a ligar para o senador Maranhão logo após o resultado do TSE, assegurou um amigo intimo do líder pemedebista.

…Ricardo se manterá calado. Até quando ninguém sabe.

…Se depender de Luiz Couto, o cenário de 2010 pode ter alguns ajustes.

…Luciano Cartaxo (no silencio das noites) foi peça – chave com Luiz Couto nos contatos transoceânicos de Brasília.

Última

“Bate com pé xaxado/
Bate com pé rachado…”

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